Enterro de menina de 5 anos morta no Rio de Janeiro será nesta segunda

Além de Eloah, um jovem de 17 anos também morreu na Ilha do Governador. Segundo testemunha, ele tinha envolvimento com o tráfico, mas a versão é contestada por familiares

Da Redação

Enterro de menina de 5 anos morta no Rio de Janeiro será nesta segunda
Eloah Passos
Reprodução

O corpo da menina Eloah Passos, de 5 anos, que morreu após ser atingida por uma bala perdida no morro do Dendê, na Ilha do Governador, na zona norte do Rio de Janeiro, será enterrado nesta segunda-feira (14). Além da criança, Wendell Eduardo de 17 anos, também morreu durante abordagem policial. 

O corpo foi liberado do Instituto Médico Legal (IML) no início da tarde deste domingo, por conta do horário da liberação e dos trâmites legais, o sepultamento foi marcado para às 11h, no cemitério da Cacuia, também na Ilha do Governador. 

“Infelizmente, é seguir a minha vida e manter as que eu tenho em casa ainda, já que levaram a minha filha. Eu tenho duas para criar. Então, eu não tenho mais palavras para falar para vocês que dor nenhuma vai me consolar, a dor pela minha filha, que já se foi, que acabou. Tiraram um pedaço da minha vida, foi a minha filha”, disse o pai de Eloah após reconhecer o corpo da menina no IML. 

A mãe Claudia da Silva Souza disse que a filha era só alegria. Eloah foi atingida durante conflito causado pela chegada de policiais militares para dispersar uma manifestação de moradores contra a morte de Wendel Eduardo, de 17 anos, em uma ação da PM no Dendê, que tinha ocorrido mais cedo. 

Representantes da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos devem se reunir com membros das Ouvidorias de Polícia para discutir o caso e outros episódios recentes de violência policial. O encontro foi determinado pelo ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida.

O caso

No sábado, Eloah Passos foi atingida durante conflito causado pela chegada de policiais militares para dispersar uma manifestação de moradores contra a morte de Wendel Eduardo, de 17 anos, em uma ação da PM no Dendê, que tinha ocorrido no mesmo dia. 

O adolescente passava de moto pela região e não teria obedecido à abordagem policial. Nesse momento, teria sido atingido por disparos dos PMs. Os moradores protestaram e, segundo o presidente da Associação dos Moradores do Dendê, Roberto Santos, passaram várias viaturas no local e um dos policiais deu um tiro para o alto, que atravessou a janela e atingindo Eloah dentro de casa. Ele faria 18 anos nesta segunda. 

Em nota, a Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que o episódio inicial com o adolescente ocorreu depois de uma abordagem de “dois homens na Ilha do Governador, onde o ocupante de carona portava uma pistola na cintura”. A nota alega que, de acordo com os policiais que atuaram na ação, o rapaz teria disparado contra os militares e houve troca de tiros.

O comandante do batalhão da Ilha do Governador foi afastado da administração da unidade. Segundo a Polícia Militar, o objetivo é dar transparência às investigações. 

Testemunha

Em depoimento à polícia do Rio de Janeiro, uma testemunha disse que o adolescente morto tinha envolvimento com o tráfico de drogas, mas só percebeu que Wendell Eduardo estaria armado quando os policiais pegaram a arma do chão. A versão é contestada por familiares.

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