A agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no parlamento de Portugal foi marcada por um protesto de 11 parlamentares de extrema-direita contra o líder brasileiro. O petista chegou a ser interrompido por integrantes do partido Chega enquanto discursava na data que celebra a queda do salazarismo, 25 de abril.

Nos protestos, os parlamentares levantaram cartazes com as frases “chega de corrupção” e "lugar de ladrão é na prisão”. Outros estavam com figuras com as cores da bandeira da Ucrânia em referência à fala de Lula que responsabiliza tanto Kiev como Moscou pela guerra no Leste Europeu.

Também houve manifestações do lado de fora do parlamento, como é possível ver na galeria de fotos da Reuters abaixo!

Reação do presidente do parlamento

O presidente do parlamento português, Santos Silva, repudiou a postura dos colegas de extrema-direita contra Lula. O político pediu cortesia e educação ao brasileiro, além de condenar insultos.

“Os senhores deputados que querem permanecer na sessão plenária têm que se portar com urbanidade, cortesia e a educação que é exigida de qualquer representante do povo português. Chega de insultos, chega de degradarem as instituições, chega de pôr em vergonha o nome de Portugal”, pontuou.

Após a declaração do presidente do Parlamento, o líder brasileiro foi aplaudido por deputados de outras bancadas e prosseguiu no discurso de comemoração do 49º aniversário da Revolução dos Cravos, o movimento que deu fim ao governo autoritário de Antônio Salazar.

Lula condenou o fascismo

Sem mencionar o partido Chega ou os parlamentares que protestaram, Lula disse deu vivas à democracia e condenou o fascismo.

Que Deus abençoe Portugal, abençoe o Brasil, e viva a liberdade e a democracia. E não ao fascismo político e injusto

Após o encerramento do discurso, Santos Silva retornou ao microfone do Legislativo e pediu a Lula “desculpas formalmente em nome do parlamento português pelo incidente e agradecer a coragem e compreensão”.