O velório da cantora e compositora Elza Soares acontece na manhã desta sexta-feira (21), no Theatro Municipal, no Centro do Rio de Janeiro. Ela morreu na tarde desta última quinta-feira (20), de causas naturais, aos 91 anos.
Das 8h às 10h (de Brasília), o local ficará restrito a familiares e amigos da cantora. Depois, será aberto ao público de 10h às 14h.
Em seguida, um carro do Corpo de Bombeiros fará o translado pelas ruas da capital fluminense até o cemitério Jardim da Saudade Sulacap, que também fará também uma homenagem à cantora na capela VIP, e o sepultamento será no setor do Cristo Redentor, previsto para às 16h.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, decretou luto de três dias na cidade pela morte da artista.
Elza Soares faleceu no mesmo dia do aniversário da morte de Mané Garrincha --que morreu em 20 de janeiro de 1983, há 39 anos. A cantora lançou 34 discos, o mais recente deles em 2019, intitulado “Planeta Fome”, e tinha prevista uma agenda de shows para fevereiro.
Trajetória conturbada
Elza da Conceição Soares, expoente da música popular brasileira, nasceu em uma família de 10 irmãos, na Vila Vintém, comunidade no bairro de Padre Miguel, na Zona Norte do Rio.
A artista teve uma infância conturbada: casou-se aos 12 anos obrigada pelo pai, e o sobrenome “Soares” foi herdado do primeiro marido. Teve o primeiro filho aos 13 --que morreu com poucas semanas de vida. Ficou viúva aos 21 anos, e casou-se com Garrincha em 1966. Teve oito filhos
Aprendeu a cantar com o pai, um operário que adorava tocar violão. Sua mãe era lavadeira de roupas. Todo o sucesso que teve em sua carreira, sempre foi intercalado com desgraças. Seu talento foi descoberto em um show de calouros por Ari Barroso, 1953, na Radio Tupi.
No começo da década de 60, numa fase de grande sucesso, Elza se apresentou na Copa do Mundo do Chile. Foi lá que se apaixonou por Garrincha, que já era casado. Elza viveu com o jogador por quase duas décadas. Garrincha era alcoólatra e entre idas e vindas o relacionamento foi marcado por agressões, ciúmes e muita violência.
Reconhecida em 1999 como Cantora do Milênio, Elza Gomes da Conceição deu voz à canções icônicas como "Mulher do Fim do Mundo", "Eu Bebo Sim" e "A Carne". Ela também é considerada uma das 100 maiores vozes da música brasileira pela revista Rolling Stone Brasil.
Na temporada 2020 do MasterChef Brasil, Elza Soares participou da caixa misteriosa dos famosos desafiando dois competidores com um tradicional prato brasileiro: bobó de camarão.
A cantora também foi homenageada na Marquês de Sapucaí em 2020, no desfile da Mocidade Independente de Padre Miguel. Com o enredo "Elza Deusa Soares", o desfile retratou a era de ouro do rádio, nos anos 50, quando a menina da lata d’água na cabeça foi descoberta como uma estrela da música. A Mocidade resgatou uma das suas crias mais ilustres e encheu de alegria uma comunidade que esperou anos para revê-la.