Donald Trump tem 'mug shot' divulgada após ser preso na Geórgia

Ex-presidente dos EUA permaneceu detido por cerca de 20 minutos, pagou fiança de R$ 1 milhão e foi liberado. Trump é acusado de tentar interferir no resultado das eleições de 2020

Da Redação com DW

A polícia da Geórgia, nos Estados Unidos, divulgou na noite desta quinta-feira (24) a "mug shot" (foto de réu) do ex-presidente norte-americano Donald Trump, que se entregou às autoridades após ser acusado de tentar interferir no resultado das eleições presidenciais de 2020.

Trump permaneceu detido por cerca de 20 minutos, foi fichado, pagou fiança de cerca de R$ 1 milhão e acabou sendo liberado. As autoridades registraram as digitais e a "mug shot" do ex-presidente.

O procedimento de tirar o retrato do réu antes de ele ser liberado sob fiança é um procedimento normal na Geórgia. Segundo o "The New York Times", a "mug shot" serve para localizar o acusado de um crime caso ele fuja. A imagem também é distribuída para a imprensa, para que seja divulgada, e o rosto do suspeito seja reconhecido em público.

Donald Trump responde o quarto processo criminal e o segundo em que ele é acusado de tentar modificar os resultados das eleições de 2020, onde Joe Biden foi eleito presidente. 

Outros investigados

A procuradora Fani Willis estabeleceu o prazo de até ao meio-dia desta sexta-feira (horário local) para que Trump e os restantes 18 arguidos do processo se entregassem na prisão do condado de Fulton para serem notificados.

Entre os acusados estão também o antigo advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani, que se apresentou na quarta-feira, bem como o seu ex-chefe de gabinete, Mark Meadows, que se apresentou nesta quinta.

Willis propôs que a leitura das acusações aos arguidos decorra na semana de 5 de setembro e que o caso vá a julgamento em março.

Meadows foi liberado após coletar impressões digitais, fazer uma fotografia para o seu processo judicial, e pagar uma fiança de 100 mil dólares. Ele foi um dos primeiros republicanos a ficar do lado de Trump antes das eleições de 2016 e, desde então, tornou-se um dos seus homens de confiança, trabalhando para o ex-presidente como chefe de gabinete na Casa Branca entre março de 2020 e janeiro de 2021.

A procuradoria acusa-o de encorajar a crença na fraude e de pressionar para tentar adiar a sessão conjunta do Congresso de 6 de janeiro de 2021, quando a vitória de Biden foi certificada e o edifício do Capitólio atacado por uma multidão de apoiantes republicanos.

Giuliani, ex-advogado pessoal de Donald Trump e antigo autarca de Nova York, foi libertado após pagar fiança de 150 mil dólares. Aos 79 anos, ele é acusado de liderar os esforços de Trump para obrigar os legisladores estaduais na Geórgia e em outros estados a nomear ilegalmente eleitores favoráveis a Trump.

Além disso, ele é investigado por fazer declarações falsas e solicitar falsos testemunhos, conspirar para criar documentação falsa e pedir aos legisladores estaduais que violassem o seu juramento.

Giuliani negou qualquer irregularidade, argumentando que tinha o direito de levantar questões sobre o que acreditava ser uma fraude eleitoral. Classificou ainda a acusação de "uma afronta à democracia americana".

Troca de advogado

Pouco antes de se apresentar nesta quinta, Trump decidiu substituir a equipe de advogados encarregados de sua defesa no caso contra ele na Georgia.

Segundo a CNN, Drew Findling, o advogado que defendeu Trump no caso, será substituído por Steven Sadow, um profissional com escritório em Atlanta cujo site o define como um "assessor jurídico especial para a defesa de crimes de colarinho branco e casos de alto perfil".

Uma fonte próxima de Trump explicou à emissora que não se trata do desempenho de Findling, enquanto outra justificou a mudança porque Sadow é "o melhor advogado de defesa criminal da Geórgia".

Em um comunicado, o novo advogado de Trump na Geórgia considerou que o ex-presidente nunca deveria ter sido acusado neste caso e é "inocente de todas as acusações contra ele".

Também acrescentou que sua equipe espera que o caso seja arquivado ou que um júri de "mente aberta" acabe declarando Trump inocente. Ele também acusou os promotores de agirem a pedido dos opositores do republicano.

"Os promotores que tentaram promover ou servir as ambições dos opositores do [ex-] presidente [Trump] não têm lugar no nosso sistema judicial", acrescentou o novo advogado do ex-presidente.

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