Dengue: o que muda na cidade de SP com o decreto de emergência pela doença

Prefeitura amplia horário de atendimento das AMAs e poderá fazer a contratação de serviços e comprar produtos sem licitação. Cidade já registrou quase 50 mil casos e 11 mortes pela doença em 2024

Da Redação

Dengue: o que muda na cidade de SP com o decreto de emergência pela doença
Mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue
Reuters/Carla Carniel

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, decretou nesta segunda-feira (18) estado de emergência para dengue devido ao elevado número de casos confirmados (49.721) pela doença na capital. A cidade já registrou 11 mortes desde o início do ano. 

O decreto permitirá que o município implemente ações com maior agilidade e possa receber recursos adicionais do governo e segue a recomendação da Organização Mundial de Saúde, que considera que taxas acima de 300 casos por 100 mil habitantes indicam uma situação epidêmica.

Com o decreto de emergência, ficam autorizadas a adoção de todas as medidas administrativas necessárias à contenção de arboviroses, em especial a aquisição de insumos e materiais, a doação e a cessão de equipamentos e bens; a contratação de serviços estritamente necessários ao atendimento da situação emergencial; a prorrogação, na forma da lei, de contratos e convênios administrativos que favoreçam o combate ao mosquito transmissor dos vírus da dengue e de outras arboviroses, entre outros. 

Também estão previstas medidas como a suspensão de férias e folgas dos agentes de combate a endemias e agentes comunitários de saúde, vigilância ambiental e unidades de saúde do Município; atuação conjunta dos agentes comunitários de saúde e agentes de combate a endemias com a execução de atividades de visitação domiciliar e demais ações de campo para o combate ao mosquito Aedes aegypti.

Com o decreto, a prefeitura encaminhou o quarto ofício ao Ministério da Saúde solicitando a destinação de vacinas à capital. Os três pedidos anteriores não foram respondidos. Segundo a pasta, o município não foi excluído da seleção, e receberá a vacina “tão logo tenha mais doses disponíveis". 

Novas ações realizadas pela prefeitura no enfrentamento à dengue

  • Ampliação no horário de atendimento em todas as 80 AMAs (Assistência Médica Ambulatorial). Desde esta segunda-feira (18), essas unidades passam a ter três horas a mais de atendimento todos os dias, ficando abertas até 22h 
  • Reforço de 3,2 mil mulheres contratadas pelo Programa Operação Trabalho (POT). Elas passarão por treinamento e estarão distribuídas nas 32 subprefeituras 
  • Apoio de 6,5 mil mães contratadas pelo POT Mães Guardiãs que terão curso de capacitação para orientação nas escolas municipais 
  • Mais 30 veículos de nebulização, elevando o número total para 96 
  • Reforço na campanha de conscientização, com faixas em cruzamentos de vias, terminais de ônibus e dentro dos coletivos 
  • Novas tendas para atendimento de pessoas com sintoma, em Itaquera e São Miguel Paulista 

Prevenção

A prefeitura reforça a importância do apoio da população no combate à dengue. O munícipe deve verificar locais em sua residência, se não está deixando recipientes e/ou reservatórios de água que possam impactar na propagação da doença. 

Cuidados

As unidades de saúde municipais realizam atendimento a pacientes que apresentam sintomas da dengue, como febre alta, dores no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo, e estão abastecidas com testes rápidos para a doença, que são feitos conforme avaliação clínica. 

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