Criminosos criam contas falsas de restaurantes em apps para aplicar golpes

A comissão de defesa do consumidor da OAB afirma que a plataforma de entregas e o banco podem ser responsabilizados

Tiago Muniz

A mulher fez um pedido no ifood, no começo do mês, em um estabelecimento tradicional da zona sul da capital paulista. O perfil, no entanto, não era o do restaurante verdadeiro, mas sim uma versão falsa com logo e cardápio idênticos ao real. 

Ela recebeu o suposto entregador na porta do prédio onde mora. Na primeira tentativa de pagamento, a maquininha apontou erro. Ela só percebeu que algo estava errado quando tentou fazer o segundo pagamento e viu uma mensagem no celular de compra negada, mas acabou tendo o aparelho arrancado das mãos.

A primeira compra, de três mil reais, foi autorizada pelo banco sem o envio de mensagem no celular.  Ela tentou buscar auxílio pelo site do ifood, mas não existe um telefone para contato. 

No chat eletrônico, o atendimento foi finalizado com uma mensagem dizendo que a responsabilidade era do restaurante. Ao ligar para o estabelecimento verdadeiro, descobriu que não existia registro de um pedido no nome dela. O golpe também foi aplicado no rio de janeiro.

A comissão de defesa do consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo afirma que a plataforma de entregas e o banco podem ser responsabilizados. 

O que dizem as empresas

Após ser procurado pela nossa reportagem, o ifood disse que entrou em contato com os clientes e para prestar suporte. A empresa não respondeu como os criminosos podem inserir dados falsos na plataforma e ter o registro do restaurante fake aprovado, mas diz investir em tecnologias para análises mais rigorosas. 

O Santander, em nota, manteve o posicionamento de que se trata de um caso de segurança pública. A polícia civil de São Paulo está investigando o caso.

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