Crime contra a democracia não pode ser tolerado, diz Pimenta após operação da PF

Ministro-chefe da Secretaria de Comunicação do governo comentou ação da Polícia Federal que prendeu militares e policial contra planejamento de golpe de Estado

da redação

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, comentou nesta terça-feira (19) sobre a operação da Polícia Federal que prendeu militares suspeitos de planejar golpe de Estado e atentados contra Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes

Segundo Paulo Pimenta, os militares envolvidos no suposto plano trabalhavam em uma área sensível do Exército, de operações especiais. Para ele, crime contra a democracia não pode ser tolerado. 

“Essa investigação precisa ser levada às últimas consequências para que, realmente, todos aqueles que atentam contra a democracia sejam identificados e paguem por esse crime, porque a sociedade precisa, definitivamente, compreender que crime contra a democracia não pode ser tolerado. Por isso que a gente não pode falar em anistia e em impunidade”, afirmou Paulo Pimenta.

Operação Contragolpe

Chamada de Contragolpe, a operação, segundo informações da PF, foi deflagrada para desarticular uma organização criminosa responsável por ter planejado um golpe de Estado para impedir a posse do governo legitimamente eleito e restringir o livre exercício do Poder Judiciário.

As investigações apontam que a organização se utilizou de “elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022”. Os investigados são, em sua maioria, militares com formação em Forças Especiais (FE).

Além de Mário Fernandes, foram presos o tenente-coronel Hélio Lima, o major Rodrigo Azevedo, o major Rafael Martins e o policial federal Wladimir Soares. Eles são suspeitos de terem planejado atentados contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes após as eleições de 2022.

"Punhal Verde e Amarelo"

Entre essas ações, foi identificada a existência de um detalhado planejamento operacional, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, voltado ao homicídio de Lula e Alckmin. Ainda estavam nos planos a prisão e execução de Moraes, que vinha sendo monitorado continuamente.

“O planejamento elaborado pelos investigados detalhava os recursos humanos e bélicos necessários para o desencadeamento das ações, com uso de técnicas operacionais militares avançadas, além de posterior instituição de um ‘Gabinete Institucional de Gestão de Crise’, a ser integrado pelos próprios investigados para o gerenciamento de conflitos institucionais originados em decorrência das ações”, explica a PF. 

Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e DF

Foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, a proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes no prazo de 24 horas, e a suspensão do exercício de funções públicas. 

O Exército Brasileiro acompanhou o cumprimento dos mandados, efetivados no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.

Os fatos investigados nesta fase da investigação configuram, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado e organização criminosa.

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