Os restos mortais que seriam do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips deixaram Manaus (AM) às 10 desta quinta-feira (16) e estão sendo levados por agentes da Polícia Federal para Brasília onde serão periciados. Após a confirmação da identificação dos corpos, eles serão entregues às famílias.
Segundo o comitê de crises, coordenado pela Polícia Federal no Amazonas, a equipe de peritos federais embarcou com destino à capital federal para a realização do exame de identificação dos remanescentes humanos encontrados na última quarta.
Também nesta quinta, a Polícia Federal vai realizar buscas pelo barco utilizado pela dupla na Amazônia. De acordo com o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Anderson Fontes, eles já sabem onde embarcação está. As informações são de que foram colocados sacos de terra para afundá-la, após o motor ter sido retirado.
No Brasil, diversos políticos se manifestaram após a morte do jornalista e indigenista ser confirmada pela Band, no início da tarde desta quarta-feira (15). O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), postou em suas redes sociais que "em respeito às vitimas, à Amazônia e à liberdade de imprensa", espera que "todos os criminosos envolvidos sejam punidos com o rigor da Lei".
O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), lamentou profundamente o que aconteceu com os dois e agradeceu as forças de seguranças, decisivas nas buscas. Partidos como PSDB e PSB também se manifestaram nas redes sociais.
O caso também foi tema de declarações de pré-candidatos à Presidência da República. Jair Bolsonaro (PL), declarou em entrevista à jornalista Leda Nagle que lamenta o caso e que ficou triste, mas ressaltou que muita gente "não gostava de Dom Phillips pelo trabalho que ele fazia".
Já o ex-presidente Lula (PT), que estava em Uberlândia, também lamentou o caso e disse ser triste que pessoas morram por defender o meio ambiente. Simone Tebet (MDB) defendeu que a morte da dupla não pode ser tratada com indiferença.
Desaparecimento
Bruno Pereira e Dom Phillips desapareceram no dia 5 de junho, quando se preparavam para visitar uma comunidade indígena na região Vale do Javari, segundo a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Unijava).
Bruno era indigenista especializado em povos indígenas isolados e conhecedor da região, onde foi coordenador regional por cinco anos. Já Dom Phillips era veterano de cobertura internacional e morava no Brasil há mais de 15 anos.
O governo federal mobilizou a Marinha, Exército e Força Nacional, enquanto o Amazonas mobilizou as forças de segurança locais em busca do jornalista e do servidor.
Nesta quarta-feira, a Polícia Federal informou que Amarildo da Costa Oliveira, o ‘Pelado, confessou que teria participado da morte do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira. O pescador também deu detalhes do seu plano e indicou o local que havia enterrado os corpos.