Cordões ajudam a identificar pessoas com deficiência ou transtorno oculto

Cordões de girassóis e quebra-cabeças foram criados para identificar e ajudar no dia a dia de PCDs ou pessoa com transtorno do espectro autista (TEA)

Da Redação

Cordões com desenhos de girassóis e quebra-cabeças tem facilitado a vida de pessoas com deficiências invisíveis. No caso dos autistas, auxilia, principalmente, quando são expostos a estímulos sonoros e auditivos que podem desencadear crises. 

A pequena Vitória, de sete anos, é de Santa Catarina e fez sucesso na internet com o último vídeo publicado nas redes sociais, com quase 500 mil curtidas. Nele, a menina explica para que serve o cordão de girassóis, que foi criado por funcionários de um aeroporto na Inglaterra.

“Esse é o cordão de girassol, ele serve para identificar pessoas com deficiências invisíveis. São deficiências que não é possível identificar imediatamente, por exemplo, eu sou autista e eu não tenho nenhuma característica física que diga isso”, diz a menina. 

Ela reforça que o cordão não é exclusivo do autismo, mas tem o de quebra-cabeça que é utilizado para identificar pessoas com TEA, mas tem também o cordão que mistura os dois. “Atualmente, tem muita discussão sobre qual é o mais correto, mas, na minha opinião, cada um tem que usar se sentir mais confortável”, completou. 

Aeroportos, supermercados, shoppings, parques de diversão, locais com bastante gente e com estímulos sonoros e auditivos, que podem gerar a crise, pessoas em volta podem fazer a diferença. 

“A gente não precisa esperar na fila, que antes sempre foi uma tortura. Às vezes ela desregulava de esperar, então melhorou muito com a identificação”, diz Elaine de Souza, mãe da Vitória. 

Marisa Furia Silva conhece bem o assunto e diz que o cordão pode ser o início de uma transformação, de um novo olhar da sociedade para quem é autista, como o filho dela, Renato, de 45 anos. “O cidadão tem que ter um pouco disso, desse aconchego com as pessoas ao seu redor e o cordão, realmente, acho que ajuda”, 

Já Amanda Ribeiro, mãe de Arthur, de sete anos, sabe bem a diferença que um pouco de aconchego pode fazer. “As pessoas olham, elas não veem a deficiência do meu filho. Elas falam assim: ‘o menino é enorme, a mãe dele não está grávida, porque ela está passando na frente?’ A gente passa por preconceito, por discriminação, eu já fui chamada de folgada, de sem noção, de aproveitadora”. 

A família do Arthur sempre vai ao Parque da Mônica, em São Paulo, que foi pioneiro em oferecer cordões para os frequentadores. Em pouco mais de um ano, quase cinco mil já foram distribuídos. 

“É uma coisa muito simples, as pessoas quando a gente começou a distribuir viram de uma maneira diferente, que a gente teve esse olhar cuidadoso. É ter um olhar cuidadoso com o outro. Só isso”, afirmou Fernanda Mascarim, diretora de inclusão do Parque da Mônica. 

Os cordões também podem ser encontrados na internet e custa, em média, a partir de R$ 15. 

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