O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) divulgará, nesta quarta-feira (22), a taxa básica de juros (Selic) do Brasil. Existe a expectativa de que os atuais 13,75% sejam mantidos, o que contraria a cúpula do Palácio do Planalto e até mesmo economistas renomados.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vive uma queda de braços contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicado no governo de Jair Bolsonaro, cujo mandato vai até 2024.
O Banco Central acredita que os juros altos manterão a inflação controlada, dada a situação mundial pós-pandemia e devido à guerra na Ucrânia. Por outro lado, governistas alegam que a Selic está acima do aceitável e que isso estagna a economia.
O primeiro encontro do Copom, em 2023, foi realizado em 1° de fevereiro. Naquela ocasião, o comitê optou por manter a taxa de 13,75% pela quinta vez consecutiva. É a maior desde novembro de 2016, quando os juros estavam em 14% ao ano.
Crítica a Campos Neto
Em entrevista ao “Brasil 247”, na última terça-feira (21), Lula disse que a Selic atual é uma irresponsabilidade da autoridade monetária ao se referir a Campos Neto.
“O presidente do Banco Central não tem compromisso com a lei que foi aprovada de autonomia do Banco Central. Ela diz que é preciso cuidar da responsabilidade da política monetária, mas é preciso cuidar da inflação também, do crescimento do emprego, coisa que ele não se importa”, disparou o presidente da República.