Racismo, saques e mais de 200 detidos: como foi a confusão com torcedores do Peñarol no RJ

Banhistas relataram que tumulto na Praia do Recreio começou quando uruguaios chamaram brasileiros de "macacos"

Por Clara Nery

Mais de 200 torcedores do Peñarol foram detidos após uma grande confusão na zona oeste do Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (23), antes do jogo de ida contra o Botafogo válido pela semifinal da Libertadores. A partida terminou em 5 x 0 para o Fogão

Banhistas relataram que o tumulto na Praia do Recreio dos Bandeirantes começou quando uruguaios chamaram brasileiros de "macacos". Testemunhas afirmaram que eles incendiaram ao menos três motos estacionadas na orla e invadiram um quiosque, saqueando produtos e levando dinheiro. 

Imagens de segurança também flagraram um homem furtando um celular em um restaurante; ele foi preso, e o aparelho, recuperado. 

A resposta contra os uruguaios foi violenta, com um ônibus da torcida do Peñarol saqueado e incendiado. 

Em meio ao caos, o jogador uruguaio do Flamengo Varela foi hostilizado e acusado de apoiar os torcedores. Ele negou, dizendo que apenas resgatou dois amigos que estavam assustados. 

A Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro – que admitiu falhas no planejamento – informou que foram cerca de 20 presos e 250 detidos. Todos foram levados à Cidade da Polícia (CIDPOL). 

“As ações de cada um deles serão individualizadas e, dependendo da conduta, alguns seguirão presos e outros, por serem crimes de menor potencial ofensivo, serão liberados”, disse a pasta. 

Os liberados foram proibidos de assistir ao jogo no estádio Nilton Santos (Engenhão). O Estado deve entrar com uma ação contra a torcida. 

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