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Comando Vermelho devolveu armas roubadas do Exército, diz Schneider

21 armas do Arsenal de Guerra, na Grande São Paulo, foram furtadas, sendo que oito foram recuperadas; 160 militares estão aquartelados

Rodolfo Schneider

Fontes ligadas ao Exército e a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro indicam que as armas roubadas que foram encontradas na capital fluminense foram devolvidas por traficantes da facção Comando Vermelho. A apuração é do diretor-geral de conteúdo do Grupo Bandeirantes, Rodolfo Schneider. 

As armas roubadas do Arsenal de Guerra em Barueri, na Grande São Paulo, foram deixadas dentro de um carro em uma comunidade carioca, ou seja, o mesmo modus operandi que a facção fez com os criminosos suspeitos de envolvimento na morte de três médicos na Barra da Tijuca, que foram encontrados mortos

“Em 2006, quando roubaram armas no Rio de Janeiro, o Exército ocupou diversas comunidades, sufocaram o tráfico, é o modus operandi. Se pega deles alguma coisa, a reação é grande. A fonte me disse: ao que tudo indica, é que o tráfico colocou em um carro, avisou e entregou (as armas), no sentido de ‘toma de volta, não vem me sufocar, não queremos problemas com vocês’”, declarou o jornalista. 

Segundo fontes, a compra direta pelo Comando Vermelho não é a principal linha de investigação das autoridades, o que se entende é que há intermediários, que aliciaram militares dentro do Arsenal. 

“Já tem suspeitos fortes, tem uma pressão interna muito grande para que eles falem, tem preocupação do Exército, inclusive, se eles saírem possam ser executados. O que se entende é que aliciaram essas raposas dentro do Arsenal, compraram as armas e foram repassar pelo menos uma parte para o Comando Vermelho. E no repasse para a facção, quando receberam e viram a repercussão e a reação do Exército, devolvem”, acrescentou Schneider. 

“Não se sabe ainda se tem outros equipamentos roubados do Exército no Rio de Janeiro”, reforçou o jornalista. 

O Exército investiga o caso e já informou que vai “até o fim”. Eles acreditam que as armas estão paradas, devido às investigações das polícias dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, além do próprio Exército, até que todos os equipamentos sejam encontrados. 

Armas apreendidas no RJ 

Três militares suspeitos do sumiço das metralhadoras foram identificados pelo Exército, mas os nomes não foram divulgados. Os militares já foram avisados para prepararem as defesas. 

A suspeita é que o trio teve envolvimento no sumiço de 13 metralhadoras .50 e 8 metralhadoras 7.62. O Exército não descarta o envolvimento de outros militares. Em nota, o Comando Militar do Sudeste disse que não há confirmação de suspeitos e que a investigação vem levantando indícios. 

Os responsáveis pelo inquérito militar trabalham com a hipótese de que o furto teria ocorrido no feriado de independência, em 7 de setembro, quando o efetivo estava reduzido no quartel por conta dos desfiles da data. Os responsáveis pelo controle do armamento também deverão ser punidos. 

As armas recuperadas devem passar por perícia técnica ainda nesta sexta-feira (20) O objetivo é tentar identificar digitais nas metralhadoras e nos fuzis.

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