Com 80 anos, Demônios da Garoa sairam de "Jaçanã" sem perder o trem da história

Bora Brasil convidou o conjunto de samba mais antigo do mundo para tocar nos jardins do Museu do Ipiranga

Cesar Cavalcante, Bora Brasil

Para comemorar 80 anos do Demônios da Garoa, o Bora Brasil convidou a banda para tocar nos jardins do Museu do Ipiranga, em São Paulo. Os Demônios da Garoa mostram que têm pique para muito mais anos de criação. Eles, que já foram escolhidos em votação popular como o grupo que tem a cara de São Paulo, acumulam sucessos e recordes. Formam o conjunto de samba mais antigo do mundo. Já venderam 10 milhões de discos. 

A criação dos Demônios da Garoa passa também pelos primórdios do Grupo Bandeirantes de Comunicação. O ano era 1943, e o Grupo do Luar, com garotos em torno dos 15 anos, participou de um concurso de calouros no programa de Vicente Leporace, aqui na Rádio Bandeirantes, e venceu. A partir daí tudo mudou. 

Hoje, o grupo tem Dedé Paraizo, Everson Pessoa, Sergio Rosa e Ricardinho. Filho e neto do fundador Arnaldo Rosa, que juntou amigos para fazer serenatas na Mooca.

Adoniran

Já na década seguinte, de 1950, uma parceria que mudou a história do grupo. Adoniran Barbosa conhece os endiabrados.

“Adoniran mantem o primeiro contato com Demonios nas gravações do filme os cangaceiros, do Lima Barreto. Adoniran era um personagem e os demonios gravavam a trilha sonora. Até que em 1951, Adoniran trouxe o primeiro samba, chamado Malvina. Demonios gravou e foi campeão do carnaval de São Paulo”, lembra Sergio Rosa.

O maior sucesso dos Demônios, Trem das Onze, também é uma composição de Adoniran Barbosa. Faz referência a uma locomotiva a vapor que cortava a zona norte de São Paulo. A história do rapaz, que dividia a paixão com as responsabilidades como filho único, já foi cantada em 19 idiomas diferentes. 

Durante a ditadura, os Demônios da Garoa também enfrentaram a censura. “O tiro ao Álvaro foi vetado, justamente pela palavra "tauba" e "revórver", então foi censurado”, conta Sergio Rosa. 

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