O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão da Força Aérea Brasileira (FAB), divulga às 17h desta sexta-feira (6) o relatório preliminar sobre a queda do avião da Voepass em Vinhedo, no interior de São Paulo, que deixou 62 pessoas mortas.
Segundo o órgão, o reporte preliminar será apresentado na sede do Cenipa em Brasília. O chefe do Cenipa, Brigadeiro do Ar Marcelo Moreno, e outros técnicos e investigadores devem participar da coletiva.
A expectativa é pela divulgação, mesmo que preliminar, das possíveis causas da queda do avião. Os conteúdos de duas caixas-pretas seguem em análise, assim como os motores e outras peças importantes da aeronave.
Sobre o acidente
O avião modelo ATR-72 que saiu do aeroporto regional de Cascavel, no Paraná, com destino a Guarulhos, despencou quatro mil metros em apenas dois minutos no interior de São Paulo, no dia 9 de agosto.
Os motores e outras peças importantes para a investigação foram retirados do local do acidente e encaminhados a uma unidade da Força Aérea Brasileira no Aeroporto Campo de Marte, na capital paulista. A análise dos componentes juntamente à extração de dados da caixa-preta, incluindo os diálogos entre piloto e co-piloto, vai revelar se houve alguma pane na aeronave.
Segundo especialistas, a principal hipótese é que uma formação de gelo tenha feito o avião perder velocidade e sustentação, caindo em parafuso.
“É possível que a formação de gelo tenha contribuído, mas não seja a causa do acidente. Não podemos descartar nada, pode ser até que tenha acontecido falha no motor”, explica o perito aeronáutico Daniel Kalazans.
O modelo ATR-72, de fabricação francesa, tem dois mecanismos para combater o gelo: um que aquece partes do avião e outro que quebra o gelo, por meio de uma camada de borracha que infla. O piloto é o responsável por acionar esses sistemas.
Problemas no motor
Segundo relatório do Cenipa (Centro de Investigação de Acidentes da Força Aérea Brasileira), no dia 11 de março deste ano, no aeroporto de Salvador, o mesmo avião que caiu em Vinhedo apresentou baixo nível de óleo hidráulico, o que indica problemas no motor, e um contato anormal da aeronave com a pista na hora no pouso.
A Voepass não esclareceu ainda que tipo de reparos foram feitos, apenas informou que o avião estava apto para voar.