Caso Djidja: presos sofrem crise de abstinência; defesa pedirá internação

Mãe e irmão de ex-sinhazinha do Boi Garantido passaram mal nos presídios em que estão detidos

Vitor Masullo e Adriano Fernandes

Cleusimar e Ademar Cardoso, mãe e irmão da ex-sinhazinha do Boi Garantido Djidja Cardoso, sofreram episódios de crise de abstinência de cetamina nos presídios em que estão detidos, motivo pelo qual a defesa pedirá a internação de ambos.  

Djidja Cardoso foi encontrada morta na casa onde morava, em Manaus, na última terça-feira (28). A principal suspeita é de overdose. A Polícia Civil ainda aguarda o laudo do Instituto Médico Legal (IML).

Segundo as investigações, a família liderava uma seita religiosa – intitulada “Pai, Mãe, Vida” – que fornecia, incentivava e aplicava à força em seus integrantes a cetamina, droga usada como tranquilizante em animais de grande porte, como cavalos, que causa alucinações em humanos.  

Na organização, Ademar se dizia “Jesus”, Cleusimar seria “Maria”, e Djidja, “Maria Madalena”. Ademar e Cleusimar foram presos na quinta (30). Outros três funcionários do salão de beleza da família também foram detidos em seguida por envolvimento com a doutrina.  

Em pronunciamento neste fim de semana, as advogadas da defesa negaram a existência de seita religiosa e chamaram  Djidja, Cleusimar e Ademar de “dependentes químicos”.  

“Sob efeito de drogas, eles pregavam a filosofia prevista no livro ‘Cartas de Cristo’, mas não existia seita, envolvimento de funcionários, rituais satânicos com animais, sacrifícios, nada disso”, disse Lidiane Roque. “Se a operação policial tivesse sido deflagrada semanas atrás, Djidja estaria viva. Estaria presa, mas viva”, completou Nauzila Santos.

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