Bernardo teria hoje 21 anos. Teve a vida a interrompida há uma década. Um crime que chocou o Brasil, planejado pelo próprio pai do menino e pela madrasta. Para os familiares da mãe do garoto, esses dez anos não afastam a saudade.

“Ele de repente estaria com uma namorada agora, de repente agora ele já deveria estar na faculdade. A saudade é muito grande, a saudade não passa”, afirmou Tuanny Uglione Maia, prima de Bernardo.

Bernardo desapareceu em 4 de abril de 2014 em três passos no noroeste gaúcho. O corpo foi achado enterrado dez dias depois na cidade vizinha de Frederico Westphalen.

Ele foi morto pela madrasta com uma superdosagem de sedativo. A enfermeira Graciele Ugilini foi condenada junto com marido, o médico Leandro Boldrini e a amiga, Edelvania Wirgnowicz, que ajudou a matar a criança. O irmão de Edelvania, Evandro Wirganowicz, ajudou a esconder o corpo, foi condenado por ocultação de cadáver e já cumpriu a pena.

Apenas a madrasta, que teve pena superior a 33 anos ainda permanece presa em regime fechado. A amiga dela e o pai do menino já conseguiram progressão para o semiaberto.

Leandro Boldrini foi julgado duas vezes porque o primeiro júri foi cancelado. Condenado a mais de 31 anos de prisão, ele foi para o semiaberto no ano passado. Edevalnia, condenada a mais de 22 anos, foi beneficiada com o semiaberto em 2022.

“O assassinato do Bernardo foi pensado, planejado e executado, tudo isso num período de tempo que eles poderiam ter mudado de ideia muitas vezes e não mudaram. A vítima recebeu a pena de morte, o passo que os réus receberam pelas privativas de liberdade que já não existem mais porque já se progrediu para uma semiliberdade”, explicou Silvia Jappe, promotora do caso Bernardo.

Antes de ser morto Bernado foi maltratado dentro da própria casa. O menino era considerado um problema pelo casal.

“A prima dele sempre amou ele demais e eu teria cuidado dele, não teria problema nem se não queriam ele, se tivessem dado ele para nós, sabe?”, finalizou Tuanny.