Há dez anos uma pergunta de protesto ecoou por vários lugares e segue sem resposta: Onde está Amarildo? O pedreiro que desapareceu na favela da Rocinha no dia 14 de julho de 2013, após ser detido e levado por policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora da região. Segundo a Justiça, ele foi torturado e morto por agentes na sede da Unidade. Seus restos mortais nunca foram encontrados.
O caso ganhou repercussão internacional e a frase arrastou, por longo período, várias manifestações cobrando respostas das autoridades. A Justiça condenou 12 dos 25 envolvidos na ação por tortura, desaparecimento e morte de Amarildo. Porém, nenhum deles está preso em função de recursos judiciais.
Na esfera cível, somente no último dia 11, o processo que prevê a indenização do estado à família transitou em julgado e agora depende do governo agilizar o pagamento das indenizações determinadas pela Justiça: R$ 500 mi para a esposa e para cada um dos filhos de Amarildo e R$ 100 mil para cada um dos irmãos.
Amarildo era casado com Elizabete Gomes da Silva e tinha seis filhos. O filho mais velho, Anderson Dias, ainda procura explicações para o que fizeram com o pai.
Antônio Carlos, presidente da Rio de Paz, afirma que o caso Amarildo não foi isolado e é algo que faz parte do cotidiano do estado do Rio.
A Polícia Militar informou que a Corregedoria-Geral da corporação cumpriu rigorosamente todas as etapas previstas em lei, em relação ao Caso Amarildo, e que seis agentes foram excluídos do quadro da Polícia Militar. Em relação aos dois oficiais, a PM informou que a decisão final está, no momento, com a Justiça.