Salvador já cancelou o carnaval de rua neste ano, mas em Recife, Rio de Janeiro e São Paulo ainda está indefinido se vai haver ou não a festa. A prefeitura da capital paulista estuda liberar só os desfiles no sambódromo do Anhembi.
Com a circulação da variante ômicron do coronavírus, a realização do carnaval 2022 ainda é incerta na cidade de São Paulo. Atualmente, a Vigilância Sanitária analisa se é seguro fazer a festa, e a prefeitura deve tomar uma decisão no início da próxima semana.
Uma das possibilidades em estudo é a liberação apenas do desfile no sambódromo do Anhembi, onde é possível controlar o uso de máscara e exigir o certificado de vacinação na entrada, diferentemente do carnaval de rua.
Álvaro Fernandes, presidente do bloco “Vá toma na Cupecê”, que em 2020 levou mais de oito mil foliões à Avenida Cupecê, na zona sul afirmou que apesar da ansiedade para colocar mais uma vez o bloco na rua, já considera cancelar o desfile desse ano, mesmo com aprovação da prefeitura.
“Não adianta a gente querer colocar o bloco na rua de qualquer jeito, não adianta querer colocar o bloco na rua com uma pandemia, ainda mais agora com surto de gripe, então tem que ser muito pensado”, disse Álvaro.
Já nas escolas de samba de São Paulo os preparativos estão na reta final já que faltam apenas dois meses para o desfile na avenida. Após dois anos sem carnaval, a expectativa é enorme e o trabalho não para. “Nosso enredo tem tudo a ver, pois fala da cura, dos rituais de cura. A gente vai celebrar a cura no desfile da Rosas de Ouro”, disse a presidente da escola Angelina Basílio.
Os ensaios na quadra começaram em novembro do ano passado, após autorização da prefeitura e os protocolos de segurança valem para todos, para que a festa ocorra de forma segura se for confirmada. “Torce para que tenha sim o carnaval, mas lógico se tiver segurança de todo mundo para que a gente possa curtir a festa como deve ser, com felicidade, alegria e com segurança e saúde”, disse Evandro Souza, diretor de carnaval da Rosas de Ouro.
“Eventos de rua que coloquem as pessoas em contato físico muito próximo durante horas e sem proteção podem sim serem responsáveis pelo incremento de casos depois do evento”, explicou o infectologista Álvaro Furtado.