Câmara aprova suspensão da dívida do Rio Grande do Sul por três anos

A proposta, elaborada pelo Governo Federal, será enviada agora ao Senado

da redação com Agência Câmara

Câmara aprova suspensão da dívida do Rio Grande do Sul por três anos
Enchente no Rio Grande do Sul
REUTERS/Diego Vara

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (15) o projeto que suspende os pagamentos de 36 parcelas mensais da dívida do Rio Grande do Sul com a União para o dinheiro ser aplicado em ações de enfrentamento da situação de calamidade pública provocada pelas chuvas nas últimas semanas. O texto será enviado agora ao Senado.

A proposta foi elaborada pelo Governo Federal. “Mais uma importante medida para o Rio Grande do Sul: a suspensão do pagamento da dívida do estado, durante 36 meses, liberando R$ 11 bilhões para um fundo para a reconstrução do estado. Além disso, serão mais R$ 12 bilhões de renúncia do pagamento dos juros. Esse valor se soma aos mais R$ 50 bilhões já destinados entre antecipação de programas sociais e liberação de crédito para o RS”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas redes sociais. 

O Projeto de Lei Complementar 85/24 foi relatado pelo deputado Afonso Motta (PDT-RS), que fez pequenos ajustes na redação original.

Embora o texto tenha surgido para esta situação específica das enchentes, a mudança beneficiará qualquer ente federativo em estado de calamidade pública futuro decorrente de eventos climáticos extremos.

O estoque da dívida gaúcha com a União está em cerca de R$ 100 bilhões atualmente e, com a suspensão das parcelas, o estado poderá direcionar cerca de R$ 11 bilhões, nesses três anos, para as ações de reconstrução em vez de pagar a dívida nesse período.

“Importante, mas insuficiente”

Em entrevista à BandNews FM, o governador Eduardo Leite (PSDB) agradeceu o empenho do governo federal no auxílio ao Rio Grande do Sul, mas pontuou que seu desejo é pela quitação dos valores durante esse período.

"O gesto que o governo federal faz em relação a dívida é importante porque dá fôlego. É um estado que estava, até pouco tempo, com dificuldades de pagar os salários dos servidores. Esse alívio, ainda que temporariamente sobre a dívida, nos dá um pouco mais de fôlego. Vamos precisar ainda de muitas outras ações do governo federal. Desejamos discutir que a suspensão do pagamento da dívida se transforme numa quitação disso. É um gesto importante, não quero diminuir a relevância, mas não é suficiente. O estado levará alguns anos para fazer um reerguimento total do que aconteceu", disse Leite. 

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