A quarta-feira (23) marca o 15º dia de buscas por Lázaro Barbosa de Sousa no Entorno de Brasília. Ele é apontado como responsável pela morte de quatro pessoas de uma mesma família em Ceilândia (DF).
Nesta madrugada um caseiro trocou tiros com um homem que tentou invadir uma chácara da região. A polícia investiga se o criminoso pode ser o serial killer.
Na sexta-feira (18), Lázaro trocou tiros com policiais durante o cerco em Cocalzinho de Goiás, ferindo um agente. No fim de semana, as autoridades encontraram um pano ensanguentado, possivelmente usado para fazer um torniquete.
A provável presença em Águas Lindas de Goiás, cidade que fica entre Cocalzinho de Goiás e Ceilândia, indica um possível movimento de retorno ao Distrito Federal. A presença de Lázaro provocou medo e teve quem deixasse a cidade por não se sentir seguro.
A caçada ao serial killer do Distrito Federal envolve cerca de 270 policiais, além de helicópteros, viaturas, drones e cães farejadores, inclusive uma cadela que ajudou nos resgates da tragédia de Brumadinho. Um dos animais se feriu durante as buscas e teve que ser carregado por um bombeiro.
Linha do tempo das buscas no DF e em Goiás
Em 9 de junho, o serial killer invadiu uma casa em Ceilândia, área rural do Distrito Federal, matou um homem e os dois filhos e fugiu levando a esposa da vítima, que foi encontrada morta três dias depois em um córrego da região.
Cláudio Vidal de Oliveira, de 48 anos, e os filhos Gustavo Marques Vidal, de 21, e Carlos Eduardo Vidal, de 15, foram mortos na madrugada dentro da chácara. Ele ainda sequestrou e assassinou a mãe dos jovens, Cleonice Marques, de 43 anos.
Depois de matar a família, Lázaro começou a fugir da polícia, aterrorizando moradores da região. Ele invadiu outras casas, cometeu roubos, fez reféns e baleou três homens.
Na tarde de domingo, roubou um carro em Cocalzinho e abandonou o veículo depois de avistar um ponto de bloqueio montado pela polícia.
Na terça, um policial militar foi baleado durante o cerco a um milharal em Cocalzinho de Goiás, município no entorno de Brasília. Durante uma troca de tiros, Lázaro disparou e atingiu o rosto do PM, que se feriu sem gravidade.
Na quinta, ele trocou tiros com a polícia. Autoridades acreditam que o maníaco tenta voltar para a região de Brasília pela mata.
No dia seguinte, 10º dia de buscas, Lázaro foi mais uma vez avistado por policiais em uma chácara - e mais uma vez conseguiu fugir.
Em outro local, a polícia encontrou uma carta em um esconderijo que pode ter sido usado por ele. Escrita à mão, ela possui um trecho retirado do livro “O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel”, de J.R.R. Tolkien, que diz: “Muitos que vivem merecem morrer” e “alguns que morrem merece viver”. Em outro momento, afirma que “há outras forças agindo neste mundo além da vontade do mal”.
Já no sábado, 11º dia de buscas, os policiais apontaram para os primeiros indícios da presença dele em Águas Lindas de Goiás. Na cidade, foi promovido um novo cerco a uma casa. Relatos de uma nova troca de tiros foram negados pelas autoridades.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) divulgou um vídeo no fim de semana para apoiar as buscas a Lázaro. Segundo Bolsonaro, o criminoso estará em breve “no mínimo atrás das grades”.
“Aos policiais que estão na captura do marginal Lázaro, que tem levado terror ao entorno de Brasília: sabemos que esse bandido tem certa prática em andar na mata sem deixar vestígios, mas sabemos também que nossos policiais, além da coragem, são tenazes e não descansarão enquanto não cumprirem essa missão. Boa sorte a todos. Tenho certeza que brevemente ele estará no mínimo atrás das grades”, diz Bolsonaro.
O Brasil Urgente, com José Luiz Datena, tem feito cobertura especial. A reportagem está no local com três repórteres e cinegrafistas com imagens exclusivas. Nessa semana foram entrevistados o pai, uma tia e a mulher de Lázaro.
Enquanto o pai teme que Lázaro seja morto por vingança e pediu para que o filho se entregasse, a mulher disse que acha difícil que o criminoso se apresente voluntariamente. A tia conta que conversou com ele depois dos crimes e afirmou que ele não atuou sozinho.