Buscas por indigenista e jornalista desaparecidos no AM chegam ao 10º dia

Phillips e Pereira foram vistos pela última vez na manhã de domingo (5)

Por Luiz Henrique Almeida

As buscas pelo indigenista Bruno Araújo e o jornalista inglês Dom Phillips chegaram irão prosseguir nesta terça-feira (14). Ambos estão desaparecidos há dez dias na terra indígena do Vale do Javari, na Amazônia.  

O Comitê de crise à frente da Operação Javari, coordenado pela Polícia Federal, afirma que nada foi encontrado na segunda-feira (13), e que a informação de que os corpos teriam sido encontrados não procede.  

Um funcionário da embaixada brasileira informou à família de Dom Philips que os corpos haviam sido encontrados.  Agora a esposa do jornalista, Alessandra Sampaio, pede explicações do governo brasileiro.  

Ainda não há informações se a amostra recolhida do material orgânico, “aparentemente humano”, encontrado em uma área próxima ao porto de Atalaia do Norte tem alguma relação com o desaparecimento de Dom Phillips e de Bruno Pereira.  

O Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal está fazendo análise pericial do material recolhido, como também fará a perícia em vestígios de sangue encontrados na embarcação de Amarildo da Costa de Oliveira, 41 anos, conhecido como “Pelado”, suspeito de envolvimento no caso e que está preso desde a semana passada. A expectativa é que os resultados laboratoriais saiam ainda esta semana, informou a PF.

Phillips, que é colaborador do jornal britânico The Guardian, e Pereira, servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), foram vistos pela última vez na manhã de domingo (5), segundo informou a União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja).   

Bruno é indigenista especializado em povos indígenas isolados e conhecedor da região, onde foi coordenador regional por cinco anos. Já Dom Phillips é veterano de cobertura internacional e mora no Brasil há mais de 15 anos.

A reserva indígena do Vale do Javari é considerada a segunda maior do país, com mais de 8,5 milhões de hectares. Eles se deslocavam da comunidade ribeirinha de São Rafael para a cidade de Atalaia do Norte, quando sumiram sem deixar pistas.

Segundo lideranças indígenas, o jornalista e o ativista estariam recebendo ameaças de garimpeiros que atuam de forma ilegal na região. 

As buscas ao indigenista e ao jornalista reúnem o Exército, a Marinha, a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) e a Polícia Federal. 

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