O drama dos 34 brasileiros na Faixa de Gaza continua após um mês do início do conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas. Na 6ª lista divulgada nesta quarta-feira (6), o grupo ficou de fora da relação de estrangeiros autorizados a deixar o enclave palestino.
Segundo o embaixador Alessandro Candeas, da Representação Brasileira em Ramala, nova lista beneficiou 75 alemães, 40 canadenses, 100 norte-americanos, 107 filipinos, 51 romenos e outros 228 ucranianos.
Segundo o palestino-brasileiro Hasan Rabee, a embaixada brasileira informou que a autorização para deixar Gaza deve acontecer nesta quinta-feira (9). Porém, ainda não há informação oficial de quando será realizada a saída do grupo.
“Muito obrigada pela solidariedade, infelizmente mudaram a promessa de viagem para amanhã, isso quem afirmou foi o embaixador do Brasil em Ramala. Espero dar certo dessa vez”, declarou Hasan Rabee.
A expectativa do Itamaraty era de que os 34 brasileiros fossem incluídos na lista desta quarta-feira para deixar a região. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, conversou com o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, que havia dado garantias que os nacionais deixariam Gaza.
A fronteira de Rafah, que liga o Egito à Faixa de Gaza, é o único local para entrada e saída de pessoas ou mercadorias no enclave palestino. Estrangeiros e palestinos feridos estão sendo autorizados a deixar Gaza desde a última quarta-feira (1º). Porém, a fronteira foi fechada no último sábado (4) depois que Israel bombardeou um comboio de ambulâncias com feridos que haviam sido autorizados a deixar o país. A fronteira só foi reaberta nessa segunda-feira (6).
Os 34 brasileiros que aguardam autorização para deixar a Faixa de gaza estão abrigados nas cidades de Khan Younes e Rafah, próximas à fronteira com o Egito. Segundo o Itamaraty, o esquema de resgate prevê auxílio desde a saída da Faixa de Gaza – com equipes e ônibus de prontidão, medicamentos e alimentação – até o embarque no Aeroporto do Cairo, onde um aeroporto da Força Aérea Brasileira (FAB) os aguarda.
Devido ao cerco imposto por Israel à Faixa de Gaza, os brasileiros e as agências de ajuda humanitária têm relatado falta de água potável, eletricidade, alimentos e remédios no enclave palestino. Segundo a ONU, a ajuda humanitária autorizada a entrar é insuficiente para cobrir as necessidades de cerca de 2,2 milhões de pessoas.