O Brasil já superou a marca de mil mortes por dengue - até 18 de novembro foram registrados 1.037 - a pouco mais de um mês do fim do ano. É quase o mesmo número de todo o ano passado - 1.053 em 2022 -, e a expectativa é que haja um novo recorde, já que ainda há casos em investigação.
A semana de mobilização é para preparar para o período de chuvas, quando aumentam os focos do mosquito. Mas muita gente recusa a visita dos agentes.
“A prefeitura observa, dependendo do bairro, de 40 a 50% se recusa. Por isso é importante que a população aceite a entrada, eles estarão sempre em dupla, uniformizado e, com crachá, automóveis com logo da prefeitura”, disse coordenador de Vigilância em Saúde de São Paulo, Luiz Artur Caldeira.
Em clínicas particulares, a dose da vacina contra a dengue, que foi aprovada em março pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), pode chegar a R$ 600. Duas doses são necessárias.
“Ela protege principalmente contra casos graves. (As doses são) com intervalo de três meses, para a faixa etária de 4 a 60. A procura da vacina está aumentando de forma gradativa por ser uma vacina recente”, declarou o médico Roberto Florim. Mas essa vacina encontra resistência no Sistema Único de Saúde (SUS).
O Ministério da Saúde informou que uma primeira discussão para incorporar o imunizante concluiu que, além de significar um custo de R$ 9 bilhões, em cinco anos, ela não abrange menores de 4 e maiores de 60 anos, que são os grupos mais vulneráveis. A pasta pediu novos esclarecimentos à fabricante do imunizante sobre capacidade de produção e segurança da vacina.
Em nota, a Takeda, que produz a vacina contra a dengue afirmou que "atualmente nenhuma vacina contra a dengue aprovada pela ANVISA ou ainda em desenvolvimento contempla toda a população brasileira, do momento do nascimento até o fim da vida. A bula aprovada pela ANVISA para QDENGA® contempla 80,4% dos brasileiros, conforme Censo Demográfico de 2022.
Ainda segundo a farmacêutica, a “QDENGA é a vacina contra a dengue mais estudada globalmente, aprovada pelas agências reguladoras em 34 países (na União Europeia, Ásia e América Latina) para prevenção contra os 4 sorotipos da dengue, que foi apoiada por um programa robusto de desenvolvimento clínico, ao longo de 15 anos, com mais de 28 mil indivíduos, em 13 países, um estudo principal com 4,5 anos de duração, incluindo o Brasil, que comprovaram a segurança a eficácia da vacina em reduzir casos de dengue sintomática (80,2%) e hospitalizações (90,4%), independentemente da exposição anterior à dengue.”