Bora Brasil

Brasil pode ter 20 milhões de crianças e adolescentes obesas em 2035

Preocupação com obesidade infantil acende alerta para doenças metabólicas

Por Larissa Alves

Um estudo prevê que metade das crianças e adolescentes do Brasil entre 5 e 19 anos terá obesidade ou sobrepeso em 2035 – ou seja, quase 20 milhões de pessoas dessa faixa etária, segundo o Atlas Mundial da Obesidade de 2024.

A preocupação, no entanto, vai para além do peso, pois acende sinal de alerta para as doenças metabólicas associadas a essa condição e sobre os problemas que esses jovens poderão enfrentar na vida adulta.

A endocrinologista pediátrica Louise Cominato explica que a falta de exercício físico na adolescência pode trazer problemas no futuro. Segundo a médica, "a criança que tem obesidade e não faz nenhum tratamento vai ser um adulto obeso em 80% dos casos".

A médica aponta que uma em cada três crianças no Brasil está acima do peso. Segundo ela, a obesidade é multifatorial, ou seja, está associada a diversas causas. Entre as principais estão os hábitos alimentares, consumo excessivo de alimentos processados, o sedentarismo e a genética.

Os hábitos que parecem inofensivos, como as exceções sobre a alimentação dos filhos, que se tornam cotidianos podem impactar na saúde das crianças

Elizabeth Teles, mãe do Daniel, que tem obesidade infantil, explica que foi dessa forma que o filho chegou ao estado de obesidade de grau um. Com 6 anos e 54 quilos, o menino está com mais de 30 quilos acima do peso.

Há dois anos, Elizabeth tenta combater o ganho de peso do Daniel. Após o diagnóstico de obesidade, ele passou a ter uma alimentação mais restrita, com poucas exceções para doces, faz atividade física e tem o acompanhamento médico recorrente.

As principais recomendações para tratar e evitar a obesidade nessa faixa etária são: adequar as refeições de toda a casa e incentivar os pequenos a exercerem aquilo que fazem de melhor: brincar.

“Hoje, nossas crianças estão cada vez mais confinadas em casa, tablets e telas. É importante que elas se movimentam, que tenham uma atividade física, correr, brincar, isso tudo ajuda a gastar energia e prevenir e tratar a obesidade", reforçou endocrinologista pediátrica Louise Cominato.

Tópicos relacionados

Mais notícias

Carregar mais