O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que espera um novo acordo de cessar-fogo temporário entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza “até a próxima segunda-feira (4 de março)”. Porém, o Hamas afirma que a declaração é “prematura” (entenda abaixo).
“Meu conselheiro de segurança nacional me disse que estamos perto. Estamos perto. Ainda não terminamos”, disse Biden a repórteres durante uma visita a Nova York na segunda-feira. “Minha esperança é que na próxima segunda-feira teremos um cessar-fogo”, pontuou.
Biden reforçou que Israel estaria disposto a interromper temporariamente a guerra durante o Ramadã, se um acordo for alcançado para libertar alguns dos reféns. “O Ramadã está chegando e houve um acordo entre os israelenses de que eles não se envolveriam em atividades durante o Ramadã, a fim de nos dar tempo para retirar todos os reféns”, declarou.
O Ramadã neste ano começa em 10 de março e é um período considerado sagrado para os muçulmanos, marcado por jejum e orações, para aproximar os fiéis de Deus. A data acontece no nono mês do calendário islâmico.
O que diz o Hamas
O Hamas está analisando uma proposta feita durante uma reunião em Paris entre Israel, Estados Unidos e mediadores do Egito e do Catar. Porém, segundo informações divulgadas pela agência de notícias Reuters, autoridades do Hamas disseram que os comentários do líder norte-americano foram “prematuros” enquanto estudam a oferta de trégua.
“Ainda há grandes lacunas a serem preenchidas”, afirmou um funcionário do Hamas à Reuters. “As questões primárias e principais do cessar-fogo e da retirada das forças israelenses não estão claramente definidas, o que atrasa a obtenção de um acordo”, acrescentou.
Segundo a Reuters, a proposta de cessar-fogo enviada ao Hamas prevê uma trégua de 40 dias com a libertação de, pelo menos, 40 reféns - incluindo mulheres, menores de 19 e maiores de 50 anos - em troca de 400 palestinos detidos, em uma proporção de 10 para um.
Ramadã e a invasão em Rafah
Israel ameaça invadir a cidade de Rafah no período do Ramadã caso o grupo terrorista Hamas não liberte todos os reféns que mantém em seu poder desde o início do conflito, em 7 de outubro. A declaração é do ministro Benny Gantz.
“O mundo deve saber, e os líderes do Hamas devem saber: se até ao Ramadã os nossos reféns não estiverem em casa, os combates continuarão em todo o lado, incluindo a área de Rafah”, disse Gantz durante uma conferência com presidentes de organizações judaicas americanas em Jerusalém.
Rafah está localizada na fronteira da Faixa de Gaza com o Egito. Mais de 1,5 milhão de palestinos se deslocaram para a cidade em busca de abrigo contra os ataques israelenses em outras regiões do enclave.