Banco de perucas muda a vida de pacientes que tratam câncer em São Paulo

ONG Cabelegria foi criada por uma ex-paciente para melhorar a auto estima de quem perde os cabelos com o tratamento

Por Cesar Cavalcante

Um dos primeiros conselhos que o médico dá a pacientes que começam a tratar um câncer é de que é preciso cuidar da mente. Nesse processo, a auto estima tem papel fundamental. Na ONG Cabelegria, o cuidado é feito. Perucas são doadas para quem perde os cabelos no tratamento. 

“Para aquela paciente, a peruca não é só a auto estima, é a vida social que ela pode ter de volta”, explica Mariana Robrahn, fundadora e presidente da ONG, criada após o tratamento de câncer dela. 

Cada pessoa reage à perda de cabelo de uma maneira diferente. Juliana Joaquim, paciente e colaboradora da ONG, conta que transformou o processo de tratamento em força para ajudar outras mulheres. “Em 2018 fui diagnosticada com câncer de mama, em 2019 conheci o Cabelegria. Quando eu falo para elas a minha experiência, também com câncer, hoje elas me veem com cabelo as coisas mudam”, diz. 

É muito gratificante mesmo né eu poder contribuir um pouco com a minha história para que ela também vai para casa com a esperança de que também vai dar certo, diz Juliana. 

ONG precisa de ajuda financeira

Em 10 anos, a ONG já ajudou 13 mil pacientes de câncer, principalmente mulheres, mas também crianças e homens. Para eles, geralmente são confeccionados chapéus. Cabelos doados à ONG viram perucas na máquina de costura, mas ultimamente, a instituição precisa de ajuda financeira. 

Já há duas toneladas de perucas no estoque, além de um projeto para transformar o espaço em uma casa com cursos e até salão de beleza, que ficaram no papel. “As organizações elas dependem de recursos financeiros também para fazer toda operação acontecer né... aí a gente sai de um atendimento não só de doação de peruca mas que a gente possa começar a oferecer um atendimento nutricional psicológico jurídico para o paciente”, diz Mariana. 

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