O apagão atrapalhou a vida de pacientes de um dos maiores hospitais do país. A Juli trouxe a mãe de 90 anos para um exame de controle de glaucoma que estava agendado. Mas elas tiveram que voltar para casa. 

A Santa Casa operou com geradores na emergência e na área de internados. A faculdade de medicina teve que suspender as aulas. Uma médica contou à BandNews FM, sob condição de anonimato, que recém-nascidos tiveram que ser transferidos da UTI neonatal para o centro cirúrgico.

No instituto de câncer Dr. Arnaldo, 640 pacientes que precisavam passar por radioterapia ou quimioterapia tiveram os procedimentos suspensos. Cerca de 30 cirurgias foram remarcadas. Uma angústia ainda maior para quem já trata uma doença grave. 

A Enel disponibilizou geradores em alguns locais, mas quem precisou contratar o serviço reclamou que empresas cobravam até 10 mil reais pelo equipamento, três vezes mais do que o normal. 

Mais de 48 horas sem luz

Alguns bairros ainda seguem sem luz em São Paulo, 48 horas após a identificação do problema. Cinco bairros foram afetados pelo apagão, o que resulta em mais de 35 mil pessoas afetadas.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pediu à Agencia Nacional de Energia Elétrica uma rápida apuração sobre a queda de energia e "punição rigorosa da concessionaria que tem de forma reiterada apresentado problemas na qualidade da prestação dos serviços".  Já o Procon de São Paulo pediu esclarecimentos à Enel, que poderá ser multada.

Desde 2019, a Enel reduziu cerca de 36% dos seus funcionários. Segundo a Aneel, naquele ano, a empresa tinha um colaborador para atender 307 clientes em média. Hoje, são 511 consumidores por colaborador.

A Enel disse que a Sabesp atingiu acidentalmente cabos de uma rede subterrânea durante uma escavação, provocando o apagão, que afetou 35 mil moradores. Já a Sabesp negou que tenha movimentado a rede.