Atores de Hollywood se unem aos roteiristas e anunciam greve nos Estados Unidos. A decisão foi tomada depois do fracasso das negociações do sindicato da categoria com os grandes estúdios de cinema e serviços de streaming.
O acordo coletivo já tinha terminado em junho, mas houve a extensão do prazo em uma última tentativa de encontrar uma solução para o impasse. Com 160 mil membros, o sindicato dos atores disse em comunicado que os empresários não mostraram interesse em negociar uma solução.
Segundo as orientações do sindicato, os atores não poderão assistir a estreias, fazer entrevistas para trabalhos concluídos, ir a premiações, participar de festivais de cinema ou mesmo promover projetos nas redes sociais enquanto a greve estiver em vigor.
A presidente da SAG-AFTRA, Fran Drescher, disse durante uma entrevista coletiva que os atores estão “sendo vítimas de uma empresa muito gananciosa”. “Em algum momento você tem que dizer 'Não, não vamos mais aceitar isso. Vocês são loucos. O que você está fazendo? Por que você está fazendo isso?'", pontuou.
Ele ainda argumentou que o streaming e a inteligência artificial derrubaram o modelo de negócios da indústria do entretenimento, já que a categoria, além do aumento de salário, pede uma definição sobre o uso da nova tecnologia nas produções. “Se não nos levantarmos agora, todos estaremos em perigo. Não dá para mudar o modelo de negócio tanto quanto mudou e não esperar que o contrato mude também”, disse ela.
Com a decisão, os atores se unem aos roteiristas que estão em greve há mais de dois meses. Uma paralisação dupla é algo raro que não se via desde a década de 60 em Hollywood.
A indústria do cinema, televisão e séries de streaming que já enfrentava atrasos devido a pandemia da Covid-19, agora terá um desafio ainda maior a partir de agora.