Assessora de Marielle Franco também era alvo da emboscada que matou vereadora

Fernanda Chaves estava no carro com a parlamentar e o motorista Anderson Gomes no momento do atentado e foi a única sobrevivente

Por Clara Nery

A assessora da vereadora Marielle Franco também era alvo dos criminosos que mataram a parlamentar em 2018. A informação foi divulgada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na denúncia apresentada nesta quinta-feira (9) ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra Chiquinho e Domingos Brazão, presos em março deste ano por envolvimento no caso. 

Fernanda Chaves estava no carro com a parlamentar e o motorista Anderson Gomes no momento do atentado e foi a única sobrevivente. Segundo o documento, a morte dela foi ordenada pelos irmãos Brazão para que não houvesse testemunha do crime. 

Interesses da milícia

A PGR concluiu que o assassinato de Marielle Franco e Anderson foi executado para proteger interesses econômicos de milícias e desencorajar atos de oposição política.

Na denúncia, o vice-procurador-geral da República, Hidenburgo Chateaubriand, denunciou Domingos, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro, e Chiquinho Brazão, deputado federal (União-RJ), por homicídio e organização criminosa.

Para a PGR, o assassinato ocorreu por motivo torpe e mediante emboscada para dificultar a defesa.

"As três infrações foram praticadas mediante emboscada e com o emprego de recurso que dificultou a defesa dos ofendidos. A rotina das vítimas foi estudada, a perseguição foi silenciosa e o ataque, em via pública, repentino. Marielle foi atingida por quatro disparos de arma de fogo na cabeça e Anderson, por três disparos nas costas, dificultando qualquer reação defensiva", escreveu a procuradoria.

Salário de R$ 29 mil a Major Ronaldo

A denúncia da PGR revela ainda outros detalhes do caso, como, por exemplo, em relação ao policial militar Ronald Alves de Paula. 

O Major Ronald, como é conhecido, já estava preso por envolvimento com a milícia no Rio de Janeiro e foi alvo nesta quinta (9) de mais uma operação, assim como o assessor pessoal de Domingos, Robson Calixto, conhecido como “Peixão”. 

Ronaldo teria sido responsável por monitorar a rotina de Marielle para repassar informações aos executores. Ele continua recebendo salário bruto de R$ 29 mil da corporação.

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