“Eu e meu colega ainda conseguimos quebrar a janela, arrombamos porta e tiramos uma parte [dos passageiros]. Não sei quem é o pai daquele menino. Eu não consegui pegar. Ele pode estar certo que a dor que ele está sentindo eu também estou sentindo. Eu também tenho filho. Eu só quero que Deus conforte muito ele. Aquela criança era tudo o que eu queria ter segurado”, disse o motorista de ônibus Carlos Alberto Nascimento.
O motorista ainda conseguiu prender os ônibus que foram arrastados após a forte chuva que atingiu a cidade de Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, na última terça-feira (15) com cordas. As imagens mostram as pessoas tentando fugir pelas janelas dos veículos. No entanto, algumas não conseguem e são levadas pela água.
A tragédia deixou mais de 120 mortos e mais de 100 desaparecidos. O Corpo de Bombeiros segue com as buscas. Nesta sexta-feira (18) a Defesa Civil voltou a acionar as sirenes para alertar a população sobre a possibilidade de novos incidentes devido à previsão de mais chuvas. Os alertas acontecem de meia em meia hora.
Este é o quarto dia de buscas por vítimas. O trabalho, que conta com a participação de mais de 500 bombeiros, foi bastante prejudicado com o retorno das chuvas. Mesmo as precipitações tendo ocorrido em menor quantidade, houve novos alagamentos.
As instabilidades no tempo do Rio de Janeiro persistem pelo menos até o domingo (20) devido à formação de uma nova ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul), que forma um “corredor de umidade” que vem da região amazônica e favorece as formações de nuvens carregadas.