Alvo da PF, deputado Gustavo Gayer responde repórter da Band com receita de bolo

Parlamentar do PL foi alvo de mandado de busca em operação que investiga desvio de cota parlamentar

Por Túlio Amâncio

Alvo da PF, deputado Gustavo Gayer responde repórter da Band com receita de bolo
Deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO)
Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) foi contatado nesta sexta-feira (25) pela reportagem da Band em Brasília, logo após ser alvo de mandado de busca e apreensão da Polícia Federal em operação que investiga desvio de cota parlamentar. Questionado se tinha algo a declarar, em mensagens de texto, o parlamentar respondeu apenas com uma receita de bolo. 

Essa é uma prática comum do deputado. Apoiador do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, Gayer costuma enviar receitas como “protesto” por acreditar ser “censurado” na mídia por questões ideológicas. A Band, no entanto, apenas ofereceu espaço para direito de defesa. 

No dia 30 de abril deste ano, ele publicou um vídeo nas redes sociais em que explicava a “estratégia”. Na ocasião, disse: “não vou perder meu tempo respondendo esse pessoal”. 

Sobre a operação

A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (25) a operação Discalculia, com o objetivo de desarticular uma associação criminosa voltada para desvio de recursos públicos (cota parlamentar), além de falsificação de documentos para criação de Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). Um dos alvos é o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO). 

Segundo as investigações, o objetivo final dos autores era a destinação de verbas parlamentares em favor desta OSCIP.

Cerca de 60 policiais federais cumprem 19 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília/DF, Cidade Ocidental/GO, Valparaíso de Goiás/GO, Aparecida de Goiânia, e Goiânia/GO.

Os delitos investigados são: associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e peculato-desvio.

Leia nota da defesa de Gustavo Gayer 

Uma operação da Polícia Federal a dois dias da eleição municipal, determinada  por Alexandre de Moraes, nos causa bastante estranheza.

O que nós sabemos até o presente momento é que se trata de um processo físico e sigiloso, onde nem mesmo os advogados têm acesso de imediato ao seu conteúdo.

Já estamos providenciando a habilitação nos autos, que poderá ser admitida somente por Alexandre de Moraes, sem prazo certo e determinado.

Entendemos que ações deste tipo não podem ser deflagradas no ápice do processo eleitoral, posto que atos judiciários interferem diretamente na política local, o que coloca em xeque  a seriedade das decisões.

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