Os corpos de todas as 62 vítimas do acidente aéreo da Voepass em Vinhedo (SP) foram identificados. A informação foi confirmada na manhã desta quinta-feira (15) após exames odontológicos identificarem as últimas duas pessoas mortas na queda do avião.
Técnicos do Instituto Médico Legal (IML) concluíram que a causa da morte das vítimas foi politraumatismo, ou seja, todos os ocupantes morreram quando a aeronave atingiu o solo.
Segundo os profissionais do IML, a carbonização dos corpos foi provocada pela explosão seguida de incêndio após a queda, posterior aos óbitos.
Sobre o acidente
O avião modelo ATR-72 que saiu do aeroporto regional de Cascavel, no Paraná, com destino a Guarulhos, despencou quatro mil metros em apenas dois minutos no interior de São Paulo.
Os motores e outras peças importantes para a investigação já foram retirados do local do acidente e encaminhados a uma unidade da Força Aérea Brasileira no Aeroporto Campo de Marte, na capital paulista. A análise dos componentes juntamente à extração de dados da caixa-preta, incluindo os diálogos entre piloto e co-piloto, vão revelar se houve alguma pane na aeronave.
Um relatório preliminar sobre as causas do acidente deve ser divulgado em até 30 dias.
Segundo especialistas, a principal hipótese é que uma formação de gelo tenha feito o avião perder velocidade e sustentação, caindo em parafuso.
“É possível que a formação de gelo tenha contribuído, mas não seja a causa do acidente. Não podemos descartar nada, pode ser até que tenha acontecido falha no motor”, explica o perito aeronáutico Daniel Kalazans.
O modelo ATR-72, de fabricação francesa, tem dois mecanismos para combater o gelo: um que aquece partes do avião e outro que quebra o gelo, por meio de uma camada de borracha que infla. O piloto é o responsável por acionar esses sistemas.
Problemas no motor
Segundo relatório do Cenipa (Centro de Investigação de Acidentes da Força Aérea Brasileira), no dia 11 de março deste ano, no aeroporto de Salvador, o mesmo avião que caiu em Vinhedo apresentou baixo nível de óleo hidráulico, o que indica problemas no motor, e um contato anormal da aeronave com a pista na hora no pouso.
A Voepass não esclareceu ainda que tipo de reparos foram feitos, apenas informou que o avião estava apto para voar.