Qual a realidade brasileira sobre violência sexual contra crianças? Uma reportagem do Bora Brasil mostra como identificar sinais de que um menor sofre abusos. Cabe aos pais e demais responsáveis ficarem atentos a tudo, inclusive um simples desenho, pista suficiente para uma professora perceber um crime.
Uma menina de 12 anos, por meio de um desenho, mostrou um homem que saía do quarto da esposa e ia ao da menor. Esse homem da gravura é um suspeito, de 49 anos, preso na semana passada, em Itumbiara, Goiás.
Cerca de 90% dos casos de violência contra crianças e adolescentes acontecem dentro do próprio lar por familiares ou pessoas próximas. Por isso, é importante estar atento aos sinais, principalmente à mudança de comportamento.
“A criança, que era sempre alegre, torna-se bastante triste. A criança falante começa a ficar muito quieta. Crianças que passam a ter medo dos adultos. Lesões corporais, como hematomas, hematoses, escoriações”, explicou o advogado Ariel de Castro Alves.
Em 2019, foram quase 1,5 mil processos e inquéritos envolvendo crianças e adolescentes. Em 2020, primeiro ano de pandemia, foram pouco mais de 1 mil. Em 2021, houve leve alta.
De olho no aumento de uma possível subnotificação, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) lançou, ainda em 2020, a campanha “Não se cale”. Agora, a ação chega à terceira fase.
“No início da pandemia, surgiu uma preocupação com possível subnotificação de casos de violência e abuso contra crianças e adolescentes. No primeiro ano da campanha, em 2020, o objetivo foi uma chamada para uma tomada de responsabilidade de consciência, de não se calar”, explicou Ana Carolina Della Latta, idealizadora do “Não se cale”.