Há 80 anos, nascia no rio de janeiro um fenômeno da música popular brasileira. Um furacão que marcou gerações com uma voz única, ritmos irresistíveis e muita controvérsia.
Já faz 24 anos que sua voz se calou, Sebastião. Eu gostava tanto de você. Ficava te esperando, pra te ver sorrindo, pra te ver cantando. E como cantava.
Nem mesmo a vida desregrada que você levava foi capaz de apagar o brilho, o carisma e a energia que transformaram o garoto da tijuca num fenômeno que encantou e ainda encanta gerações.
Num descobridor dos sete mares, alquimista de ritmos que aprendeu no seu rio de janeiro, como o funk, misturados àqueles que você foi conhecer de perto nos estados unidos, como o soul, o rithym and blues.
Tudo isso com generosas doses de autenticidade. Entrevistas inesquecíveis, sinceras. Sinceras até demais para os padrões de seu tempo.
Mas que se dane o sistema, não é mesmo? O mundo nem sempre é aquele azul da cor do mar. Quer sossego? Cá entre nós, Sebastião, acho que não combinava muito contigo, né? Provocação era mais sua cara. E que falta faz esse destempero em forma de música.
Acende o farol. O furacão chegou aos 80. Pensando bem, Tim Maia, não vou me dar motivo pra lamentar aquele 15 de março de 1998. Você é eterno.