Ataques israelenses contra várias casas no norte da Faixa de Gaza durante a madrugada e na manhã deste domingo (20/10) deixaram pelo menos 87 pessoas mortas ou desaparecidas, informou o Ministério da Saúde do território.
A pasta disse, ainda, que outras 40 pessoas ficaram feridas nos ataques à cidade de Beit Lahiya, que foi um dos primeiros alvos da invasão terrestre de Israel, há quase um ano.
Israel também vem realizando nas últimas duas semanas uma grande operação no campo de refugiados urbano de Jabalia, o maior da Faixa de Gaza, também no norte do território.
Os militares dizem que lançaram a operação contra os militantes do Hamas que haviam se reagrupado no local.
Fontes locais disseram que milhares de pessoas ainda estão dormindo no campo sem comida e bebida, por causa do cerco, e que há dezenas de corpos espalhados pelas ruas.
Cerca de 500 mortos, e 20 mil tiveram que fugir
A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) disse na sexta-feira que cerca de 20 mil pessoas foram forçadas a deixar o campo por causa da intensidade dos ataques.
Fontes do Ministério da Saúde de Gaza confirmaram no sábado que cerca de 500 pessoas morreram nas últimas semanas pelos ataques no norte de Gaza e que ataques a hospitais estavam impossibilitando o tratamento de novas vítimas.
No sábado, tanques israelenses cercaram e dispararam contra os três principais hospitais do norte: o Indonesian, o Kamal Adwan e o Al Awda, onde, de acordo com a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), mais de 350 pacientes, incluindo mulheres grávidas, estão presos.
O norte do território já sofreu a maior destruição da guerra e tem sido cercado pelas forças israelenses desde o final do ano passado, após o ataque mortal do Hamas contra Israel.
Israel ordenou que toda a população do terço norte da Faixa de Gaza, incluindo a Cidade de Gaza, fosse evacuada para o sul nas primeiras semanas do conflito e reiterou essas instruções no início deste mês. A maior parte da população fugiu no ano passado, mas acredita-se que cerca de 400 mil pessoas permaneceram no norte.
Os palestinos que fugiram do norte no início da guerra não foram
permitidos a retornar.
Bombardeios no Líbano
Israel também atacou neste domingo o que disse ser um "centro de comando" do Hezbollah na capital do Líbano.
Os ataques contra o reduto do Hezbollah no sul de Beirute ocorreram depois que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou o grupo apoiado pelo Irã de tentar assassiná-lo ao alvejar sua residência de férias.
Isso também ocorreu no momento em que os israelenses marcaram o feriado judaico de Sukkot, que dura uma semana e que, no ano passado, foi palco do ataque do Hamas em 7 de outubro.
A Agência Nacional de Notícias (NNA) oficial do Líbano disse que os ataques de Israel em Beirute atingiram um prédio residencial em Haret Hreik, próximo a uma mesquita e a um hospital.
Os militares israelenses disseram que atingiram um "centro de comando da sede de inteligência do Hezbollah" e uma instalação subterrânea de armas em Beirute, e que também mataram três militantes do Hezbollah em outros ataques.
Posteriormente, a agência disse que cerca de 70 projéteis disparados do Líbano entraram em Israel em questão de minutos e que interceptou alguns deles.
No sul do Líbano, a NNA disse mais tarde que os ataques israelenses tinham como alvo dezenas de locais, incluindo a cidade de Nabatiyeh pela terceira vez nesta semana.
Os militares disseram que "atingiram e eliminaram mais de 65 terroristas do Hezbollah... e atingiram dezenas de alvos terroristas do Hezbollah" no sul do Líbano.
"Grave erro", diz Netanyahu sobre drone contra sua casa
No sábado, o gabinete de Netanyahu disse que um drone foi lançado em direção à residência de férias do premiê na cidade central de Cesareia, mas ele e sua esposa estavam fora e não houve vítimas.
"A tentativa do Hezbollah, representante do Irã, de assassinar a mim e a minha esposa hoje foi um grave erro", disse o primeiro-ministro.
"Qualquer um que tente prejudicar os cidadãos de Israel pagará um preço alto", disse ele em comentários dirigidos a Teerã e ‘seus representantes’, que incluem o Hezbollah do Líbano, um grupo contra o qual Israel está em guerra desde o final de setembro.
md (EFE, AFP, AP)