O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) indicou que pode participar de uma acareação com o hacker Walter Delgatti Neto, responsável por acusações ao político na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro.
Na CPMI, Delgatti Neto afirmou que foi contratado pela deputada Carla Zambelli para tentar invadir uma urna eletrônica a pedido de Bolsonaro. A acusação foi feita em resposta ao deputado pastor Henrique Vieira (Psol). Além disso, disse que o ex-presidente pediu que ele assumisse um grampo ilegal no ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em entrevista nesta sexta-feira (18), divulgada inicialmente pelo Estadão e liberada à Band pela assessoria do ex-presidente, Bolsonaro confirmou que se encontrou com Delgatti Neto por intermédio da deputada Carla Zambelli (PL).
“Recebi o Delgatti. Não nego. A Carla Zembelli levou ele lá. O que a gente procurava, naquela época? Era a certeza que o sistema é seguro. Tanto é que encaminhei para a Comissão de Transparência Eleitoral”, informou Bolsonaro.
Sobre a acareação, possibilidade exposta pelo próprio Delgatti Neto na CPMI, Bolsonaro, inicialmente, discordou da ideia: “Para quê fazer acareação?”. Na sequência, indicou que está à disposição.
“Ele falou coisa importante ali, que, até 2018, apenas uma pessoa tinha o código-fonte. Ele disse que essa pessoa poderia alterar o resultado de eleições. Ele falou, também, que, em 2018, o inquérito que foi aberto e até hoje não foi fechado, que foi apurada inconsistência na minha eleição, em 2018. Esse ponto, no meu entender, não é acareação. Se for para fazer, a gente faz”, pontuou o ex-presidente.