O presidente Jair Bolsonaro prestou depoimento à Polícia Federal na noite desta quarta-feira (3) e negou que tenha tentado interferir politicamente no comando da PF. Segundo ele, a troca do diretor-geral da corporação foi determinada apenas por “falta de interlocução”.
O inquérito foi aberto no ano passado com base em acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro. Ao deixar o governo, o ex-juiz disse que Bolsonaro havia exonerado o então diretor-geral da Polícia Federal Maurício Valeixo e feito cobranças para que a pasta efetuasse a troca do chefe da PF no Rio de Janeiro como forma de interferir em investigações.
No último dia 7 de outubro, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que Bolsonaro fosse ouvido "presencialmente em até 30 dias" para responder questionamentos no âmbito do inquérito.
Confira trechos do depoimento
No depoimento, Bolsonaro confirmou que “em meados de 2019 solicitou a Moro a troca do Diretor Geral da Polícia Federal em razão da falta de interlocução” e ressaltou que “sugeriu a nomeação de Alexandre Ramagem em razão da sua competência e confiança construída ao longo do trabalho de segurança pessoal durante a campanha eleitoral de 2018”.
Ainda de acordo com a PF, o presidente afirmou que, com a troca, “nunca teve como intenção obter informações privilegiadas de investigações sigilosas ou de interferir no trabalho de Polícia Judiciária ou obtenção diretamente de relatórios produzidos pela Polícia Federal”.