Bolsonaro diz que não vai prestar depoimento à Polícia Federal nesta quarta

Defesa do ex-presidente utilizou como justificativa a operação de busca e apreensão deflagrada pela Polícia Federal

Da Redação

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) informou que não vai prestar depoimento à Polícia Federal nesta quarta-feira (3) sobre a operação que investiga suposta fraude na inserção de dados de vacinação contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde. 

O depoimento, inicialmente, estava marcado para às 10h, mas sobre o caso das joias sauditas. A Band Brasília apurou que a defesa do ex-presidente utilizou como justificativa a operação deflagrada pela PF na manhã desta quarta. 

Jair Bolsonaro, após conversar com a imprensa, onde afirmou que não houve adulteração no cartão de vacinação contra a Covid-19 e que não foi imunizado, se deslocou para a sede do Partido Liberal, na capital federal. 

Em entrevista coletiva ao chegar na sede da Polícia Federal, ex-ministro da Secretaria de Comunicação e advogado de Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten, informou que ainda não teve acesso aos autos do inquérito, mas que o político deve prestar o depoimento em breve. 

Investigação

A PF emitiu seis mandados de prisão preventiva e todos foram cumpridos. Além disso, outros 16 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Brasília e no Rio de Janeiro. O órgão vai fazer a análise do material apreendido e deve realizar oitivas de pessoas que são alvos da operação. 

A Band apurou os nomes de quatro dos seis presos na operação. Veja: 

Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro

João Carlos de Sousa Brecha, secretário municipal de Governo de Duque de Caxias-RJ

Max Guilherme Machado de Moura, policial militar que atuou na segurança presidencial

Sergio Rocha Cordeiro, militar do Exército que atuou na segurança presidencial

As investigações apontam que as inserções falsas dos dados sobre vacinação no sistema do Ministério da Saúde, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, tiveram como consequência a alteração de dados relacionados à imunização contra a Covid-19 no país. Além disso, pessoas puderam emitir os certificados de vacinação e utilizá-los para burlar as restrições sanitárias impostas pelos poderes públicos do Brasil e dos Estados Unidos, destinados a impedir a disseminação e propagação do coronavírus. 

“A apuração indica que o objetivo do grupo seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19”, informou a Polícia Federal. 

Os fatos são investigados dentro do inquérito que apura a atuação das “milícias digitais”, em tramitação no Supremo Tribunal Federal. 

Segundo a PF, os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

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