Em visita ao Pará, o presidente Jair Bolsonaro disse que o auxílio emergencial custa caro ao governo e que por isso tem prazo para acabar.
Foi em uma das regiões mais pobres do país que o presidente fez questão de reiterar: “o auxílio emergencial não é para sempre, tenham isso na cabeça. É um momento, até porque é caro demais para a União”.
O presidente esteve na Ilha de Marajó, onde participou de atendimentos na agência barco da Caixa.
Renda Cidadã
O governo ainda estuda como criar o programa Renda Cidadã para absorver pelo menos parte dos beneficiados pelo auxílio emergencial que vão ficar sem esse dinheiro em janeiro.
Um estudo da Fundação Getúlio Vargas aponta que o fim da ajuda vai ampliar para quase um terço da população o número de brasileiros considerados pobres - serão cerca de 16 milhões de pessoas a mais.
Fonte para o programa
A maior dificuldade é encontrar uma fonte para bancar o Renda Cidadã em um país endividado como nunca diante da pandemia.
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Para boa parte do Congresso, a saída é cortar gastos. O ministro da Economia, Paulo Guedes, esteve nesta quinta na Câmara para deixar claro o apoio à reforma administrativa. Atualmente, o funcionalismo público custa cerca de um trilhão de reais por ano. Na proporção com o PIB, é quase o dobro do que é gasto em países desenvolvidos como a Alemanha, por exemplo.
A ideia é acabar com a estabilidade para todos os cargos e diminuir os salários iniciais. A frente parlamentar que examina a proposta quer incluir nas mudanças os atuais servidores, não apenas os futuros como defende o Planalto. “Férias de 60 dias, promoções automáticas, licença prêmio, aposentadoria compulsória como punição (emenda) isso para mim não é nem benefício, isso é privilégio e não existe privilégio adquirido”, ressalta Tiago Mitraud, presidente da frente parlamentar.