Bolsonaro nega politização de hospitalização, mas cobra investigações da facada

Presidente conversou com a imprensa após receber alta nesta quarta-feira; ele estava internado com obstrução intestinal

Por Da redação

Ao deixar o Hospital Vila Nova Star, na zona sul de São Paulo, na manhã desta quarta-feira (5), o presidente Jair Bolsonaro criticou opositores que o acusam de “politizar” suas internações, mas voltou a cobrar uma “investigação mais profunda” por parte da Polícia Federal sobre a facada sofrida em 2018.  

A afirmação veio ao comentar a teoria dos que o acusam de ter “armado” o ataque com fins eleitorais. A facada aconteceu durante campanha em Juiz de Fora (MG) e, segundo os médicos que acompanham o presidente, incluindo o cirurgião Antônio Luiz de Vasconcellos Macedo, deixou sequelas em seu aparelho digestivo.  

“Estamos na frente do Dr. Macedo, isso é uma agressão a ele. Uma agressão aos médicos de Juiz de Fora. Querer politizar uma tentativa de homicídio? As imagens mostram a faca entrando e saindo com brilho. Vai falar que é fake? A faca passou a poucos milímetros da aorta”, disse Bolsonaro.

“[Essa internação] não tem efeito político, eu não queria estar aqui. Deveria estar em Brasília. Quando botaram a sonda aqui, vazou, em poucos minutos, 600 ml de suco gástrico. Agora, querer levar para a politização, falar que estou me vitimizando? Está de brincadeira comigo. Tenho minha honra. Tenho muito a zelar”, completou.

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O presidente comentou ainda a notícia divulgada mais cedo pela Polícia Federal a respeito da reabertura da investigação da facada. A corporação escolheu Martin Bottaro Purper, delegado que já investigou a facção criminosa PCC, para seguir na apuração. 

A reabertura foi determinada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região em novembro depois de um pedido da defesa do presidente. O TRF-1 autorizou a quebra dos sigilos bancário e telefônico do advogado Zanone Manuel de Oliveira, um dos defensores do acusado, Adélio Bispo. 

Nas duas investigações anteriores, a PF concluiu que ele agiu sozinho. 

“O processo foi reaberto e espero que a PF profunde mais. Agora conseguimos adentrar no telefone dos advogados. No meu entender, não está difícil de desvendar. Vai chegar em gente importante. Não foi da cabeça dele que ele [Adélio] fez aquilo.”

“Presidente não tem férias”

Bolsonaro aproveitou para reafirmar que, mesmo tendo passado as últimas semanas de folga em Santa Catarina, o governo federal tem prestado todo apoio necessário às vítimas das enchentes na Bahia

Vídeo: Bolsonaro rebate críticas

“No dia 12 estive sobrevoando a Bahia. Mandamos quatro ministros para lá. Destinamos recursos às obras emergenciais (…). Fizemos coisas fantásticas ao longo destes dias que dificilmente outro governo faria. Presidente não tem férias. É maldoso quem fala que estou de férias. Só dou minhas fugidas de jet ski, dou uns cavalos-de-pau no carro no Beto Carrero", disse, fazendo referência aos passeios que fez pelo sul do país.

“Estamos também mexendo na Lei Rouanet. Quando entrei no governo, o limite para museus era R$ 60 milhões. Para artistas, era R$ 10 milhões. Passei para R$ 1 milhão. Conversando com [o secretário especial da Cultura] Mario Frias, agora queremos passar para R$ 500 mil. Queremos a lei para atender o artista que está começando a carreira. Não para figurões, ou figuronas, como a querida Ivete Sangalo. Ela está chateada. O Zé de Abreu está chateado. Acabou aquela teta gorda de pegar os R$ 10 milhões da Lei Rouanet e defender o presidente de plantão.”

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