O presidente Jair Bolsonaro convocou a imprensa para apresentar, segundo ele, provas de fraude no voto eletrônico durante sua live desta quinta-feira (29). Em meio às explicações e os vídeos exibidos, o presidente disse “não ter como comprovar que as eleições foram ou não fraudadas”, e justificou dizendo ter “indícios” de violação.
"Não temos provas, para ficar bem claro, mas indícios de que eleições para senador e deputado pode ocorrer a mesma coisa", reconheceu. "Não tem como se comprovar que as eleições não foram ou foram fraudadas. São indícios. Crime se desvenda com vários indícios”, disse em outro trecho.
Ao lado de um analista de sistemas que seria do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o presidente exibiu uma animação e vídeos de acusações que já estavam disponíveis na internet. O suposto hacker, que não se identifica, diz que é possível fraudar o sistema de dados do Tribunal Superior Eleitoral. Contudo, ele não revelou os códigos que mostrariam a suposta vulnerabilidade das urnas e usou um “simulador” de urna.
Também foram exibidos vídeos de celulares feitos durante a votação de 2014 registrando supostos problemas nos aparelhos. Bolsonaro não trouxe, portanto, fatos novos que comprovem fraude no Brasil, que adota a votação eletrônica desde 1996.
Ao mesmo tempo em que a live do presidente era transmitida, o TSE usou seu perfil no Twitter para compartilhar vídeos, várias postagens de agências de checagem e veículos de notícias desmentindo as notícias falsas sobre supostas fraudes nas eleições.
Um dos desmentidos dizia que “apenas 3 países usavam urnas eletrônicas”,. Citando o Instituto Internacional para a Democracia e Assistência Social (IDEA Internacional), afirmou que 46 países usam a tecnologia, entre eles, Canadá, Índia, França e partes dos Estados Unidos.
Mais cedo, o presidente do tribunal, Luís Roberto Barroso, voltou a defender o sistema eleitoral brasileiro e criticou as acusações de fraude sem fundamentos.
“O discurso de 'se eu perder, houve fraude’ é um discurso de quem não aceita a democracia, porque a alternância no poder é um pressuposto dos regimes democráticos”, disse durante evento no Tribunal Regional Eleitoral do Acre.