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Bolsonaro deve adotar postura mais fechada até fim do mandato, diz analista

Para a cientista política Deysi Cioccari, o presidente terá comportamento diferente e deve falar menos com apoiadores

Da redação, com BandNews TV

Na avaliação da cientista política Deysi Cioccari, o presidente Jair Bolsonaro deve adotar uma postura mais fechada e não terá o mesmo comportamento de antes com muitas conversas e discursos no cercadinho com seus apoiadores.

"Eu acredito que agora o silêncio dele seja a maior resposta. não consigo perceber o presidente voltar ao dialogo que ele tinha com a bolha dele. acho que nos próximos meses devemos ver um Jair Bolsonaro mais recluso, mais fechado", disse em entrevista ao BandNews TV.

A cientista política também pontuou que o discurso de Bolsonaro não foi o respeito em relação ao reconhecimento da derrota nas urnas.

"A falta de palavras nesse discurso diz muito sobre o presidente Jair Bolsonaro. A gente esperava obviamente que ele reconhecesse com todas as palavras. Mas agora espera-se que nas próximas horas comece um diálogo de transição", completou.

Discurso

Jair Bolsonaro, presidente da República e candidato à reeleição derrotado nas urnas no segundo turno, se pronunciou pela primeira vez após o resultado nesta terça-feira (1). O presidente não reconheceu a derrota contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas fez um apelo aos bolsonaristas que fizeram bloqueios em estradas pelo Brasil e autorizou a transição de governo. 

No discurso, ele agradeceu aos votos e disse que os movimentos bolsonaristas são fruto de indignação com o processo eleitoral. “Quero começar a agradecer os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último 30 de outubro. Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral", explicou. 

Bolsonaro também citou que as manifestações não podem ser “como as da esquerda”. “As manifestações, pacíficas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população. Como invasão de propriedade, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir. A direita surgiu de verdade no país, a nossa robusta representação no congresso mostra nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade”, pontuou. 

O presidente, derrotado por Lula, citou que seguirá governando dentro das “quatro linhas da Constituição”. “Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca, somos pela ordem e pelo progresso, mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e consequências de uma guerra, sempre fui rotulado como antidemocrático, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da constituição”, afirmou e fez críticas à esquerda. 

“Nunca falei em controlar ou censurar a mídia. Enquanto presidente da República, continuarei cumprindo os mandamentos da constituição. É uma honra ser líder dos milhões de brasileiros que defendem a liberdade religiosa, de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela da nossa bandeira”, completou. 

Ao sair do púlpito, Ciro Nogueira, Ministro chefe da Casa Civil, discursou brevemente e citou que Jair Bolsonaro o autorizou a fazer a transição para o governo Lula. “A presidente do PT, segundo ela em nome do presidente Lula, disse que na quinta-feira (3) será formalizado o nome do vice Geraldo Alckmin. Aguardaremos que isso seja formalizado para cumprir a lei no nosso país”, disse. 

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