O fim do embate pela Mesa Diretora da Câmara permitiu a cerimônia de abertura do ano no legislativo. Como sempre, com pompa e a presença de chefes de todos os poderes. Jair Bolsonaro foi pessoalmente ao Congresso, para prestigiar o início oficial dos trabalhos da Câmara e do Senado. É a primeira vez desde o início do mandato dele que os presidentes das duas casas são aliados do Governo.
A cerimônia teve a participação dos presidentes dos três poderes: Jair Bolsonaro, Luiz Fux (STF), Rodrigo Pacheco (Senado) e Arthur Lira (Câmara).
Na chegada, entre gritos com críticas da oposição, que o chamou de “genocida”, e elogios de aliados, Bolsonaro tomou a palavra: “Nos encontramos em 22”, referindo-se às eleições presidenciais.
Na mensagem presidencial, que lista as prioridades do Planalto no Congresso, Bolsonaro não cumpriu o protocolo. Ele mesmo leu o texto, e não o primeiro secretário Luciano Bivar (PSL-PE), desafeto do presidente.
O presidente reforçou o pedido pelas reformas administrativa e tributária e pela aprovação do projeto que garante a independência ao Banco Central. Defendeu as ações do Governo durante a pandemia, garantindo que fará os esforços para aquisição de vacinas contra a Covid-19. Também listou diversas realizações de sua gestão, como o Fundeb, a baixa histórica da taxa Selic, entre outros.
“O Governo Federal se encontra preparado e estruturado em termos financeiros, organizacionais e logísticos para executar o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19. Com isso, seguimos envidando todos os esforços para o retorno à normalidade na vida dos brasileiros”, disse o presidente.
Na saída, Bolsonaro foi cercado por parlamentares, a maioria do Centrão, bloco que saiu fortalecido com as eleições do Congresso. A Casa Civil já mapeia cargos de terceiro escalão, principalmente no Norte e Nordeste, para pagar a fatura pela vitória nas duas casas.
Assista abaixo o discurso de Bolsonaro na íntegra.
Articulação pelo auxílio emergencial
Segundo o repórter Caiã Messina, a volta do auxílio emergencial é, cada vez mais, dada como certa. Os novos presidentes da Câmara e do Senado defendem a iniciativa e já falaram com Bolsonaro. A resposta foi favorável, desde que o congresso encontre uma maneira de bancar a medida.
Os parlamentares buscam uma solução no orçamento e aceitaram uma contrapartida da equipe econômica: aprovar as reformas. Rodrigo Pacheco pretende conversar com o ministro Paulo Guedes na semana que vem.