Bolsonaro cita perseguição, nega golpe e pede anistia aos presos do 8 de janeiro

Na Avenida Paulista, em São Paulo, Bolsonaro discursou para uma multidão, ocasião em que negou participar de trama golpista, sem citar STF, urna eletrônica nem Lula

Da redação

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se defendeu, neste domingo (25), de acusações que o colocam como um dos articuladores de uma tentativa de golpe de Estado. Em discurso para uma multidão na Avenida Paulista, região central de São Paulo, o político também cobrou anistia para os presos pelos ataques de 8 de janeiro.

“O que eu busco, por parte do parlamento brasileiro, é uma anistia para aqueles pobres coitados que estão presos em Brasília. Nós não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de pais vivos. Nós já anistiamos no passado quem fez barbaridades no Brasil. Agora, nós pedimos a todos os 513 deputados, 81 senadores um projeto de anistia para que seja feita justiça no nosso Brasil”, declarou Bolsonaro.

Indireta

Em outro momento do discurso, sem citar o Supremo Tribunal Federal (STF), a Justiça Eleitoral, bem como o ministro Alexandre de Moraes e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Bolsonaro disse que outubro de 2022 é página virada, apesar de não entender “como existe um presidente sem povo ao seu lado”.

“Com essa fotografia [do ato na Av. Paulista], mostramos que nós podemos até ver um time de futebol, sem torcida, ser campeão, mas não conseguimos entender como existe um presidente sem povo ao seu lado. Vocês nos trazem a esperança, energia, garra, certeza de que temos como vencer”, continuou o ex-presidente.

Investigação contra Bolsonaro

Apoiadores de Bolsonaro ocuparam grande parte da Avenida Paulista, no ato convocado pelo ex-presidente. No chamamento, o político disse que a manifestação seria em defesa à democracia, uma resposta ao inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre suposta tentativa de golpe de Estado.

Bolsonaro é um dos investigados pela Polícia Federal (PF). No dia 22 de fevereiro, o ex-presidente e outros membros da cúpula do governo anterior foram ouvidos, simultaneamente, pelas autoridades.

Entre os indícios, estão uma minuta golpista que teria chegado a Bolsonaro e uma reunião em que o então presidente ordena ministros a divulgarem desinformação sobre o sistema de votação. A defesa dele, porém, nega qualquer ligação com plano golpista.

Bolsonaro negou golpe

Sobre as acuações de golpe, Bolsonaro negou qualquer trama nesse sentido ao citar que, para que uma possível tomada do poder ocorresse, tanques e armas deveriam estar nas ruas, o que não aconteceu, sobretudo por ordem dele.

“O que é golpe? É tanque na rua, arma, conspiração, trazer classes políticas para o seu lado, empresariais. Isso é golpe. Nada disso foi feito no Brasil. Por que continuam me acusando de golpe? Agora, o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Deixo claro que estado de sítio começa com o presidente da República convocando os conselhos da República e da Defesa. Isso foi feito? Não”, disparou Bolsonaro.

Governadores de SP, MG, SC e GO

Outros nomes da política participaram do ato, a exemplo do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB). Foram ainda os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União).

O pastor Silas Malafaia, um dos organizadores do ato, e senadores, como Flávio Bolsonaro (PL), Rogério Marinho (PL) e Magno Malta (PL) também subiram no carro de som.

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