A sessão da CPI da Covid desta quinta-feira (13) com o ex-presidente da Pfizer Carlos Murillo foi retomada no Senado depois de uma discussão sobre falas do presidente Jair Bolsonaro criticando o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da comissão. As informações são da BandNews TV e BandNews FM.
Mais cedo, o presidente da República, afirmou que é um "crime" o que acontece na comissão, em que, segundo ele, há "vagabundo inquirindo pessoas de bem". As falas aconteceram durante entregas de casas do programa “Casa Verde e Amarela” em Alagoas – justamente o estado que Calheiros representa e tem forte influência política.
“Sempre tem algum picareta, vagabundo, querendo atrapalhar o trabalho daqueles que produzem. Se Jesus teve um traidor, temos um vagabundo inquirindo pessoas de bem no nosso país. É um crime o que vem acontecendo nessa CPI”, afirmou. Pouco depois desse discurso, apoiadores do presidente presentes ao evento começaram a gritar “Renan vagabundo”.
Bolsonaro ainda afirmou que “somente Deus me tira daquela cadeira”, referindo-se ao cargo de presidente, e disse que o senador não conseguirá “fazer show para o derrubar”.
Pouco depois, Renan Calheiros reagiu ao ataque durante a sessão e afirmou que Jair Bolsonaro não tem respeito pelas mais de 400 mil vítimas da Covid-19 e nem pela CPI que investiga as ações do governo durante a pandemia, e disse que a presença de Bolsonaro em Alagoas para inaugurar obras era uma “evidente provocação”.
O senador também publicou um vídeo em suas redes sociais. “São infrutíferas as manobras para mandar o filho me ofender, como também a visita a Maceió para inaugurar obra já inaugurada. Minha resposta será trabalho e empenho na CPI para apurar eventuais responsáveis pelas mortes no Brasil. O país já sabe que Bolsonaro e bom senso não cabem na mesma frase”, escreveu ele na postagem.
Durante depoimento de Fábio Wajngarten na CPI, o senador Flávio Bolsonaro discutiu com Renan e o chamou de “vagabundo”, com o relator rebatendo com alusão à acusação do esquema de “rachadinhas”, do qual o filho de Bolsonaro é acusado quando era vereador no Rio de Janeiro. O presidente retuitou o vídeo com a ofensa de Flávio em seu perfil.
A comissão no Senado investiga as ações e possíveis omissões do governo federal no combate à pandemia pelo coronavírus no Brasil.