O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo disse à CPI da Pandemia que intermediou negociações com a Índia para a importação de insumos para a produção da hidroxicloroquina a pedido do Ministério da Saúde. Ele também afirmou que Bolsonaro pediu uma ligação com o primeiro-ministro Narendra Modi para tratar do caso.

A justificativa, segundo ele, era uma corrida mundial pela hidroxicloroquina e a baixa no estoque brasileiro.  

Bolsonaro fala em uma entrevista a José Luiz Datena, em 1º de abril de 2020, sobre os esforços dessa importação dos insumos: "Alguém teve a ideia de ministrar isso aí e deu certo. Falta comprovação científica, uma base maior. Em contato com, eu não falei, foi nível apenas Ministério das Relações Exteriores nosso com o deles, o da Índia, o insumo para a produção do reuquinol, que é esse medicamento aí base da hidroxicloroquina, talvez amanhã um avião decole de lá para cá para que esse insumo chegue ao Brasil e nós possamos produzir esse sulfato de hidroxicloroquina".

Veja a entrevista dada por Bolsonaro durante o Brasil Urgente:

O Brasil recebeu também dos Estados Unidos um carregamento com 2 milhões de doses da hidroxicloroquina em 1º de junho. Araújo disse que o medicamento foi oferecido pelos EUA e aceito pelo Ministério da Saúde, mas não detalhou qual seria a justificativa técnica para essa importação.

Em abril, estudos já apontavam para a ineficácia do medicamento contra a Covid-19 e até o Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) americano havia retirado a recomendação de uso do remédio contra o coronavírus.

Presidente da CPI chama a atenção de Araújo

Araújo afirmou que jamais promoveu atritos com a China, “seja antes ou durante a pandemia”. A fala irritou Omar Aziz (PSD-AM), presidente da comissão, que o lembrou estar sob juramento em falar a verdade. Aziz repreendeu o depoente e lembrou que o ex-chanceler chamou a covid-19 de “comunavírus” em um artigo publicado na internet.