O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta sexta-feira (19) a indicação para troca na presidência da Petrobras. O general Joaquim Silva e Luna foi o escolhido para o posto em lugar de Roberto Castello Branco.
A decisão pela troca ocorre após o quarto aumento no valor dos combustíveis em 2021 e um dia depois do presidente reclamar dos sucessivos reajustes da gasolina e do diesel e dizer que haveria mudanças na estatal.
"O governo decidiu indicar o senhor Joaquim Silva e Luna para cumprir uma nova missão, como conselheiro de administração e presidente da Petrobras, após o encerramento do ciclo, superior a dois anos, do atual presidente, senhor Roberto Castello Branco", diz a nota do Ministério de Minas e Energia.
Silva e Luna foi ministro da Defesa durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB). Atualmente, o general é diretor-geral da Itaipu Binacional.
Mais cedo, a declaração feita por Bolsonaro de que vai iria fazer mudanças na Petrobras derrubou ações da estatal na bolsa. O temor de interferências na estatal fez as ações da empresa caírem quase 7%.
Em outro anúncio, feito na live semanal, o presidente prometeu zerar os impostos federais sobre o diesel por 2 meses. Sobre o gás de cozinha, a revogação de taxas seria permanentemente. O impacto nas contas públicas vai ser de cerca R$ 5 bilhões por ano. A equipe econômica ainda não disse como vai cobrir a diferença no orçamento.
Roberto Castello Branco teria irritado Bolsonaro ao afirmar que a Petrobras "não tem nada a ver com caminhoneiros".
Na próxima terça-feira (23), o conselho deliberativo da estatal se reúne, e um dos itens da pauta é a recondução de Castello Branco para mais dois anos no cargo, antes dada como certa.
A união tem 7 dos 11 assentos no órgão, mas a manutenção da política de preços sempre foi consenso. O atual presidente da Petrobras tem dito em conversas reservadas que, por enquanto, não vai renunciar ao cargo.