O homem que foi preso com um arsenal de armas, bombas e outros artefatos, na noite de sábado (24), no Distrito Federal, confessou que planejava atentados em Brasília, segundo a polícia, em um movimento bolsonarista que quer impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ele foi identificado como George Whashington Oliveira Sousa, de 54 anos, que teria chegado a Brasília em 12 de novembro trazendo as armas, munições e emulsões explosivas dentro de uma caminhonete. Morador do Pará, o empresário saiu da terra natal com destino ao DF após o segundo turno das eleições de 2022.
O delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Robson Cândido, disse que o homem, que se diz gerente de um posto de combustíveis no Pará, de 54 anos, confessou que tentou acionar explosivos para “causar tumulto”. Ele teve ajuda de outras pessoas, segundo a investigação.
“A perícia nos relata que eles tentaram acionar o equipamento [bomba], mas talvez até por ineficiência técnica deles não conseguiram explodir", afirma.
O homem foi preso após a polícia descobrir um explosivo nos arredores do Aeroporto de Brasília, junto a um caminhão de combustível. O objeto foi detonado pela Polícia Militar. Outros cinco artefatos foram encontrados após a prisão do homem.
A polícia afirma que o criminoso viajou a Brasília para participar das manifestações em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL), que reúne manifestantes inconformados com o resultado das eleições.
Ele foi localizado e preso em um apartamento no Sudoeste, na região central do Distrito Federal, e confessou que tinha intenção de explodir o artefato no aeroporto.
De acordo com a polícia, depois de montar a bomba, o suspeito entregou o objeto para uma outra pessoa - já identificada pelos investigadores - que ficou responsável por levar o dispositivo até a região do Aeroporto Juscelino Kubitschek.
A polícia afirma que os criminosos pretendiam acionar o explosivo próximo a um poste, para prejudicar a distribuição de energia elétrica na capital. Mas, de última hora, a decisão acabou sendo por colocar o objeto em uma caixa apoiada no caminhão de combustível, que estava carregado de querosene de aviação.
“O que ele fala é que ele, o grupo dele, queria chamar atenção, justamente para o aeroporto, explodir lá esse artefato justamente para causar tumulto dentro da nossa cidade, com esse objetivo ideológico deles, político”, diz o delegado.
Com o suspeito, foi apreendido um arsenal com pelo menos duas espingardas, um fuzil, dois revólveres, três pistolas, centenas de munições e uniformes camuflados. No apartamento, foram encontradas outras cinco emulsões explosivas.
De acordo com a polícia, o homem tinha registro como CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador), mas o documento estava em situação irregular e, por isso, ele foi autuado por posse e porte ilegal de armas, munições e explosivos, além de ter sido processado por crime contra o estado democrático de direito.
Outras pessoas também estão envolvidas no crime e a polícia já trabalha para localizá-las.
O homem preso será indiciado por posse e porte ilegal de armas, munições e artefatos, e crimes contra o Estado Democrático de Direito.
O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, parabenizou a polícia pela operação. "Cumprimento a Polícia Civil do DF pela prisão e apreensões efetuadas nesta noite, com aparente ligação com o artefato explosivo desta manhã. Fotos mostram o terrível efeito do extremismo no Brasil. Que todos rezemos nesta noite por paz", postou ele numa rede social.
Na manhã deste domingo, Flávio Dino disse que os acampamentos de bolsonaristas “viraram incubadoras de terroristas”