Transfobia afasta estudantes da escola

Episódios de preconceito se repetem da infância à vida adulta

Da Redação, com Juliano Dip, Boa Tarde, São Paulo

A transfobia faz com que muitos jovens desistam de estudar. Os episódios de preconceito se repetem desde a infância. 

Um exemplo é o do estudante Gabriel Siqueira. Até no RG o nome social dele já foi colocado e mesmo assim o jovem ainda sofre preconceito diariamente ao chegar na faculdade onde cursa Veterinária.

“Não (acaba). Na chamada estão com meu nome social, mas em todos os outros lugares estão com meu nome civil. Eu passo por muitas situações constrangedoras por causa disso”, conta. 

Na escola, a mãe do Gabriel foi chamada e advertida porque ele não estava usando uniforme feminino.

A exclusão acabou gerando uma depressão e até episódios de automutilação. 

“Eu não queria mais frequentar a escola e eu acabei repetindo de ano. Minha mãe foi lá e contou que eu estava sofrendo com depressão”, lembra. 

Gabriel pensou em desistir, mas não desistiu. Muitos meninos e meninas transexuais, no entanto, acabam abandonando a escola depois buscar o ensino de jovens e adultos, o EJA, para tentar se alfabetizar ou controles estúdio os estudos. 

Jovens e adultos

Mesmo nessas situações, com salas de aula recheados de pessoas mais velhas, há preconceito. 

O diretor de uma dessas escolas Fernando Frochtengarten, da EJA/Colégio Santa Cruz, afirma que a convivência ajuda a combater a transfobia. 

“Curiosamente, as turmas em que nós temos menos problemas de atitudes discriminatórias e visões preconceituosas, são aquelas que temos pessoas trans. Sinto que as situações mais delicadas que tivemos são aquelas de corredor, de intervalo”, aponta. 

A jornalista Aline Melo, mãe de Guilherme, um menino trans de 13 anos de idade, chegou a trocar o filho de escola por causa do preconceito. 

Mas os problemas continuam, e não só os colegas de classe, as crianças, que desrespeitam. 

Na maioria das vezes, são professores que implicam e não querem chamar Guilherme pelo nome masculino.

“As pessoas precisam entender que não é um erro, não é um descuido, é um crime. Existem leis que era envio direito a identidade de gênero do meu filho. As pessoas que não reconhecem isso elas estão cometendo um crime”, pontua. 

Transfobia

Nesta semana, o Dossiê de Mortes e Violências contra LGBTQIA+ mostrou que em 2021 houve no Brasil pelo menos 316 mortes violentas de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas intersexo. 

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