Falso entregador aguardou chegada da mãe para se apresentar, diz delegado

Suspeito confessou o crime e disse que está arrependido, segundo a polícia

Da Redação, com Boa Tarde São Paulo

O delegado Rogério Barbosa Thomaz, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo, disse nesta sexta-feira (29) que Acxel Gabriel de Holanda Peres, de 23 anos, suspeito de matar Renan Silva Loureiro, de 21, esperou a mãe retornar do litoral do Estado antes de se entregar à polícia. 

Segundo o delegado, Acxel Gabriel confessou o crime e se disse “arrependido” quando se entregou nesta sexta-feira, depois de ser identificado pelos policiais como o falso entregador de aplicativo de delivery que teria cometido vários roubos na região do bairro Jabaquara, na zona sul da capital, onde Renan foi morto durante abordagem em assalto. 

“Ele demorou para se entregar, aparentemente por causa da vinda da mãe que estava no litoral e ele estava aguardando a chegada dela para poder se entregar. Ele confessa o crime, se diz arrependido”, disse o delegado Rogério Thomaz. 

A família de Acxel teria intermediado negociações para tentar convencê-lo a se entregar à polícia. Os investigadores acreditam que traficantes estariam à procura do suspeito para submetê-lo ao "tribunal do crime", já que as operações de busca na região atrapalhariam o trabalho do tráfico.  

Latrocínio

O delegado acrescenta que pedirá a prisão preventiva do suspeito. “Vai ser formalmente indiciado pelo crime de latrocínio, com cumprimento de prisão temporária. Vai fazer audiência de custodia de amanhã (sábado). Vai Ficar na carceragem (da delegacia) até para que outras vítimas possam reconhecer. Vamos esperar o exame de balística e exames de DNA para representar com pedido de prisão preventiva”, explicou. 

Rogério Thomaz disse que houve intensa mobilização policial para prender o suspeito. “No intuito de foragir da Justiça, poderia praticar outros crimes. A delegacia trabalhou incansavelmente, ficamos até às 5 da manhã de hoje, quando doutor Tiago (de Souza) chegou eu fui tomar um banho e voltei. Estamos há 48 horas sem descansar, só revezando um e outro”, conta.  

O delegado acrescentou que esse tipo de crime tem ocorrido com mais frequência por causa do avanço da tecnologia que permite transações financeiras por aparelhos celulares. “Não só pelo aparelho, o valor monetário. O objetivo é o que tem dentro do aparelho, com esses aplicativos de acesso a contas bancárias. Por isso deu uma crescida nessa modalidade criminosa”, pontua.

Mãe da vítima se manifesta

Clarice Silva, mãe de Renan, se manifestou logo após a prisão de Acxel através de seu perfil em uma rede social. 

“Eu vim aqui para agradecer todo o apoio que tenho tido da família, dos amigos, das pessoas que têm me mandado mensagens todos os dias. Agradecer a toda a equipe do DEIC que se empenhou para identificar e prender o assassino do meu filho. Primeiro passo foi dado por eles e agora vamos seguir adiante para que Justiça seja feita”, disse. 

Namorada depõe e reconhece suspeito

A namorada de Renan confirmou em depoimento à polícia nesta quinta-feira (28) o reconhecimento de imagens do suspeito e objetos apreendidos que pertenceriam a ele. 

A garota prestou depoimento na 1ª Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio do DEIC, na zona norte, e disse que, após matar Renan, o criminoso pediu “desculpas”. Ela também reconheceu a foto de Acxel. 

“Ela reconheceu ele pela sobrancelha, que é diferente. Então, nós não temos dúvida de que ele é o assassino”, afirmou o delegado.  

Na quarta (27), na casa do suspeito, em uma comunidade da zona sul perto da Rodovia dos Imigrantes, a polícia havia apreendido uma arma, uma jaqueta e a bolsa do aplicativo que teria sido usada no dia do crime. 

Vídeo

Um vídeo de uma câmera de segurança mostrou o momento do crime em que Renan se ajoelhou e disse "eu não tenho nada" antes de ser morto pelo falso entregador, em Jabaquara. Ele levou quatro tiros ao reagir e tentar proteger a namorada. 

Passagens pela polícia

A polícia identificou que o suspeito de ser o autor dos disparos que mataram Renan Silva Loureiro já tem passagem por porte ilegal de armas, além de uma apreensão quando era menor de idade.

Crime

Na última segunda-feira (26), Renan Silva Loureiro, de 21 anos, caminhava com a namorada por uma rua quando foram abordados pelo falso entregador que anunciou o assalto e pediu o celular dos dois. Eles entregaram, mas Renan reagiu para proteger a namorada e acabou sendo baleado na cabeça.

Câmeras de segurança registraram a ação do criminoso, que após balear Renan ainda pediu o celular da moça e fugiu.

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